Santa Catarina já confirmou só em 2020 três passagens de tornados pelo Estado. O primeiro ocorreu no dia 10 de junho, que deixou um rastro de destruição nas cidades de Descanso e Belmonte, no Extremo-Oeste. Já no dia 14 de agosto, outras duas ocorrências foram registradas pela Defesa Civil, dessa vez em Água Doce e Irineópolis. Com isso, especialistas no assunto destacam que Santa Catarina está sim no corredor dos tornados da América do Sul. Segundo eles, a região Sul e Sudeste é mais propensa a esses fenômenos. Ao ND+, o meteorologista Piter Schauer, que mora em Chapecó, explicou que as condições climáticas do Grande Oeste catarinense são propensas para a formação deste tipo de fenômeno, considerado uma das ações mais severas do clima.
Segundo Schauer, a principal explicação sobre a formação dos tornados registrados no dia 14 de agosto, se dá por conta de um sistema de baixa pressão que foi alimentado por um fluxo de ar quente e úmido vindos da Amazônia. “Além de uma perturbação baroclínica (oscilação da temperatura) que gerou muitas nuvens carregadas, consideradas supercélulas. Elas tem rotação e podem provocar tornados”, explica o especialista. O meteorologista destaca ainda que os tornados que atingiram Santa Catarina na última sexta-feira são considerados categoria F1 e F2. A Escala Fujita, que mede a intensidade dos fenômenos, vai até F5 com ventos de 510 km/h e destruição total.
“Esses fenômenos são comuns de acontecerem aqui. O Oeste é a segunda região do planeta onde mais se forma tempestades severas de toda a América do Sul, perdendo apenas para o Estados Unidos que tem grande incidência de tornados”, destacou Piter. Schauer diz que a linha de instabilidade (que provoca uma série de tempestades) passou pelas regiões do Oeste antes de provocar estragos no Meio-Oeste. “Nas áreas que tiveram granizo o tornado passou por perto. Pode ter se formado aqui na nossa região, pois as supercélulas estavam muito ativas e tivemos ventos acimas de 80 km/h”, afirma.
Como se forma um tornado?
Para a formação de um tornado é preciso duas condições climáticas. A primeira é o avanço de uma massa de ar frio e seca sobre uma massa quente e úmida, formando uma frente fria em áreas continentais e, a segunda, é a rotação do ar, que faz com que a ascensão do ar quente seja em forma de espiral.