Um estudo internacional com mais de 100 cientistas alerta para um aumento dramático nas mortes por calor extremo nas próximas décadas, devido às mudanças climáticas. O relatório, publicado na The Lancet, prevê um aumento de quase cinco vezes nesses óbitos caso a temperatura média global suba 2ºC.
Os pesquisadores, representando 52 instituições, incluindo agências da ONU, destacam um futuro preocupante para a saúde humana, com efeitos já perceptíveis. Entre 2018 e 2022, o mundo já experimentou um número crescente de dias de calor intenso, com uma elevação média de temperatura de 1,1ºC, impactando negativamente a saúde das populações.
O grupo mais afetado pelo calor extremo é o dos idosos. O relatório aponta um salto de 85% nas mortes por calor nessa demografia na última década, em comparação com os anos de 1991 a 2000. A previsão é de que 2023 seja o ano mais quente já registrado, intensificando ainda mais esses impactos.
Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, reforça a mensagem do relatório, chamando a atenção para o “futuro intolerável” que a humanidade pode enfrentar se a crise climática não for endereçada, citando desastres naturais crescentes e surtos de doenças como consequências diretas do aquecimento global.
Complementando os achados da The Lancet, um relatório da Organização Meteorológica Mundial revela recordes nas concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa. O CO2 ultrapassou em 50% os níveis pré-industriais, e o Metano teve um aumento ainda maior, impactando diretamente o clima global.
Os cientistas alertam que o aumento dos gases de efeito estufa já está causando uma multiplicação de fenômenos extremos, como as ondas de calor que atingem o Brasil. O aumento do nível do mar é outra preocupação emergente ligada a essas alterações climáticas.