A Praia Central de Balneário Camboriú tem dado o que falar. Depois de tubarões, pinguins, baleias, leão-marinho uma espécie de um animal invertebrado tem assustado moradores e turistas. Uma imagem que mostra uma espécie de ‘lagarta estranha’, foi encontrada enterrada na areia e se mexia bastante. Conforme divulgado pelo ND+, o leitor que preferiu não se identificar, disse que chegou a afastar a areia do animal que se mexeu ainda mais freneticamente. Ele procurou a redação para tentar identificar o animal, afinal, que bicho é esse?
Adriano Marenzi, professor de oceanografia da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), identificou o animal estranho como um sipunculo, que pertence a um grupo colocado junto com os Anelídeos (minhocas e afins). Seu nome é do latim sipúnculos (pequeno sifão) que é este “biquinho” do bicho.
Marenzi explica que o animal é de pequeno porte e raramente ultrapassa 10cm. “O corpo é basicamente em um tronco muscular, recoberto por uma casca, daí são conhecidos como verme amendoim, eu particularmente não vejo amendoim algum”, brinca o professor.
Ele continua: “este bico é uma tromba (introverte retrátil) com a boca na sua extremidade, qual possui tentáculos e ganchos para raspagem de alimentos e fixação do animal ao substrato e comem de tudo, animais menores, algas e matéria morta”, destaca Marenzi.
Ainda de acordo com o biólogo, o número total de sipunculos descritos são aproximadamente 300 espécies, sendo que para o litoral brasileiro são 40 espécies e nas regiões Sul e Sudeste do Brasil ocorrem 27 espécies, além de espécies novas que ainda não foram formalmente descritas para ciência.
Os sipunculos habitam principalmente em águas salgadas, rasas e regiões entre-marés, enterrados em sedimentos como areia e lama e alguns podem perfurar substratos mais duros, como rochas e corais, ou até viver em estruturas de origem antrópica como cais e cascos ou até dentro de osso.
“Pelo hábito de ficar dentro do sedimento infauna, assim como os corruptos, os crustáceos que retiram da areia como isca. Esta espécie não tem olhos ou outros órgãos de percepção evidente”, explica Marenzi. Os sipuculos podem regenerar partes que foram amputadas. Têm sexos separados, mas não há como distinguir os machos das fêmeas e se reproduzem liberando os espermatozoides e ovócitos na água do mar, onde são fecundados.
Fato interessante
Algumas espécies de sipunculo são utilizados na culinária, como prato requintado e estimulante, o que para variar levou a sobre exploração no oriente. Para compensar e lucrar há maricultores dedicados a está cultivo de organismo. “Quem sabe esta reportagem desperte e dê início a uma nova atividade gastronômica e produtiva em Santa Catarina”, sugeriu o professor Adriano Marenzi.