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Anticiclone Lucífer que causa calor de 48,8°C na Europa pode chegar ao Brasil?

Origem do calor, segundo especialistas, é o deserto do Saara e, isso, de alguma forma, explica a intensidade do clima

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Com temperaturas que chegam aos 48,8°C, como aconteceu na Ilha da Sicília, na Itália, quando bateu recorde, a forte onda de calor registradas principalmente em regiões do Norte da África e do Sul da Europa nos últimos dias, é causada por um anticiclone — apelidado de Lúcifer — proveniente da África.

A origem do calor, segundo especialistas, é o deserto do Saara e, isso, de alguma forma, explica a intensidade do clima. Os anticiclones são áreas de alta pressão atmosférica formada pelo ar que se afunda. O ar, ao ser comprimido, aquece e fica seco. Conforme a OMM (Organização Meteorológica Mundial) o valor de 48,8°C foi aferido e superou o recorde, de 1977, quando Atenas, na Grécia, chegou aos 48°C.

Coincidentemente, a temperatura foi contabilizada na mesma semana em que a ONU (Organização das Nações Unidas), por meio do seu Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês Intergovernmental Panel on Climate Change), emitiu uma espécie de “alerta” para os quase irreversíveis danos causados pela ação humana.

Para o professor de Climatologia do Departamento de Geografia da UFRGS (Universidade Federal Rio Grande do Sul), Francisco Eliseu Aquino, independente do recorde ou não dos valores alcançados entre a Europa e a África, o fato é que se trata de uma temperatura altamente danosa para a saúde humana. “O fenômeno é impactante para a saúde e para o meio ambiente. Ondas de calor nos geram stress físico e orgânico, potencializam infartos e doenças cardíacas”, ponderou. Na Argélia, o calor está atingindo valores extremos raramente vistos. A máxima na cidade de Bejaia foi de 48,4ºC, a maior da série histórica da estação local, superando o recorde anterior de 45,3ºC em 3,1ºC.

As máximas entre 48ºC e 49ºC que têm sido registradas na Argélia estão entre as mais altas já observadas em qualquer lugar do continente africano em áreas costeiras. A situação não deve melhorar nos próximos dias e em alguns países deve, inclusive, piorar. Uma imensa massa de ar extremamente quente atua na região com um padrão de bloqueio atmosférico associado ao anticiclone Lúcifer. Há uma imensa bolha de calor, o que em inglês se chama de heat dome, que traz uma longa sequência de dias de tempo seco e quente. O calor e o tempo seco se retroalimentam e pioram ainda mais a situação.

Reflexos no Brasil

Para o professor da UFRGS não há uma relação direta com o Brasil ou até mesmo a região Sul do País. O professor evita fazer uma comparação, mas explica que há uma relação indireta, sobretudo, com as ondas de frio registradas entre julho e agosto.

O professor lembra, no entanto, que há uma espécie de equilíbrio obrigatório quando a parte sul do hemisfério, nos últimos meses, vem registrando frios extremos. “É a segunda onda de calor registrada na Europa. Tivemos ondas quentes também registradas na fronteira Oeste dos Estados Unidos com o Canadá.  O planeta está quente. Esse calor do hemisfério norte vai refletir no hemisfério sul”, acrescenta.

Francisco ainda conta que, apesar de não existir nada, atualmente, no “radar”, esse calor extremo na Europa pode ter impactos como “anomalias” climáticas que vão de ciclones a maré alta, enxurradas, entre outros.

Para a professora de oceanografia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Regina Rodrigues, trata-se de um fenômeno que assola somente a África e a Europa e, diretamente, não há o que se preocupar com o chamado anticiclone Lúcifer. Com uma relação com o mau e a destruição, Lúcifer já havia sido usado para batizar um anticiclone responsável por uma onda de calor na Europa no ano de 2017.

Sobre o autor:
Brunela
Brunela Maria
Brunela Maria é jornalista desde 2011 e formada pelo Centro Universitário IESB, em Brasília. Trabalhou no Notícias do Dia, em Florianópolis e na Record TV Brasília. Atua como repórter no portal ClicSC.
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