O maior investimento de saneamento do litoral de Santa Catarina prevê muito mais do que resolver o problema histórico de falta d’água em Bombinhas e região. Projetado com foco nas melhores práticas de engenharia e sustentabilidade, o novo sistema de abastecimento do município se propõe também a valorizar uma das orlas mais bonitas do Estado: a praia de Porto Belo.
O projeto foi apresentado em detalhes durante audiência pública no Palco das Artes de Porto Belo, na noite de terça-feira, dia 14. A comunidade também pôde conferir amaquete da obra, que demonstra o traçado exato do novo sistema: o ponto de captação, por onde passam os 27 quilômetros de adutora, e o local da nova Estação de Tratamento de Água (ETA).
O novo sistema permitirá a redução da exploração de água bruta do Rio Perequê, atualmente utilizado para o abastecimento de Bombinhas, Porto Belo e Itapema. Assim que Bombinhas for autossuficiente em abastecimento, Porto Belo será diretamente beneficiado e terá uma disponibilidade hídrica muito maior, garantindo assim o abastecimento do município nas temporadas e nos momentos de escassez de água.
Um dos aspectos mais importantes da obra é a proposta de revitalização e valorização de 1,3 mil metros da orla de Porto Belo. Assinado pelo arquiteto Dalmo Vieira Filho – um dos mais renomados especialistas em preservação do patrimônio no Brasil – o projeto prevê a criação de áreas de convivência social e a valorização paisagística. Segundo Dalmo Vieira, um cuidado especial será dispensado às oficinas líticas da praia – locais onde os povos pré-históricos fabricavam seus instrumentos – com acompanhamento de um arqueólogo. “Atualmente abandonadas, estas oficinas líticas serão devidamente protegidas e sinalizadas, ganhando destaque na paisagem”, destacou o arquiteto em um vídeo gravado especialmente para o momento da audiência.
O presidente da Águas de Bombinhas, Ricardo Miranda, esclareceu dúvidas da comunidade e explicou que parte da adutora que passará pela praia de Porto Belo vai seguir o mesmo trecho que já possui tubulação enterrada. Segundo Miranda, após estudos técnicos de concepção da obra, identificou-se que a passagem da adutora pela Avenida Celso Ramos ficaria inviabilizada devido a uma série de interferências estruturais existentes. “É importante frisar que a nova tubulação não ficará exposta e nem traz qualquer tipo de risco ao meio ambiente e à população”, diz.
Desde o início dos estudos, a concessionária Águas de Bombinhas realizou, em respeito ao princípio da transparência, um total de sete sessões e audiências públicas na região. As obras estão em andamento e devem ser concluídas ainda na temporada 2018. Ao todo, estão sendo investidos R$ 50 milhões no novo sistema de água tratada de Bombinhas.