Chamada popularmente de cobra papa-pinto, por ser um réptil que tem como uma das suas principais características se alimentar de ovos, a espécie, cujo nome cientifico é Philodryas patagoniensis, é um animal diurno, que vive tanto na terra quanto em árvores, de onde vem sua capacidade de alcançar ovos de ninhos de aves.
Ao contrário de muitas primas e irmãs de espécie, a papa-pinto se alimenta de ovos de diversos animais, inclusive de outras cobras presentes em seu habitat natural. A cobra papa-pinto não é agressiva, mas pode se defender caso se sinta atacada. Descubra do que ela se alimenta e o que fazer em caso de acidente Ela é encontrada geralmente em criadouros de aves domésticas, além dos ninhos que ficam no chão ou em baixa altura. Também faz parte da sua dieta os pequenos vertebrados, como rãs, lagartos, aves e outras serpentes.
Apesar de produzir veneno, a sua dentição é opistóglifa, ou seja, insuficiente para inocular a peçonha. Essa característica contribui para o fato de não haver registros de acidentes graves com seres humanos. Entretanto, pode tornar-se agressiva caso se sinta ameaçada.
Quando isso ocorre, adota uma postura de defesa. A parte anterior do corpo é erguida, formando um papo, estando pronta para dar o bote no oponente. Outra particularidade da cobra papa-pinto é se fingir de morta quando é capturada. Sendo assim, vale o alerta: não mexa com esse tipo de réptil por achar que a falta de movimentação é um sinal de segurança. A cobra papa-pinto é de porte médio, então chega a alcançar 1,5 metro. A sua coloração é marrom-acinzentado, sendo o ventre a parte mais clara.
Cuidados para não ser picado pela cobra papa-pinto
Para evitar acidentes com cobras, como a papa-pinto, uma das principais medidas preventivas é manter limpos quintais, terrenos, jardins, garagens, sótãos e depósitos. Evite o acúmulo de folhas secas, lixos, madeiras, entulhos, tijolos, lenhas e entulhos.
As cobras podem ser atraídas por sapos, ratos e outros pequenos animais. Estes, por sua vez, tendem a se esconder entre materiais acumulados. Outra orientação importante é manter completamente roçada uma área de 3 a 5 metros em volta da residência. Mais dicas: Usar luvas de raspa de couro e calçados, preferencialmente botas ou perneiras, quando for manusear materiais de construção.
Muros e paredes que apresentam vãos e frestas precisam ser rebocados. O lixo deve ser acondicionado em recipientes fechados. Desse modo, você evita atrair animais que servem de alimento para as cobras. Manter sempre limpo o criadouro das aves e verificar periodicamente se há falhas de segurança, como passagens por onde a cobra papa-pinto pode entrar. O que fazer ao encontrar uma cobra papa-pinto
São comuns os relatos de serpentes encontradas nas proximidades de residências, tanto em cidades quanto nas regiões rurais. Em algumas situações, elas podem entrar em casa. Quando isso ocorre, o desejo é um só: tirar o réptil do local. No entanto, alguns cuidados são necessários para evitar acidentes.
O Brasil possui uma variedade enorme de cobras, sendo algumas peçonhentas e outras não. Ao invés de tentar analisá-la, afaste-se. Independentemente de ser uma cobra papa-pinto ou de outra espécie, a principal orientação é não fazer movimentos bruscos. Mantenha a calma para que o animal não interprete sua reação como um sinal de agressão.
Na sequência, isole a cobra no ambiente onde ela se encontra. Por isso, não tente capturá-la, pois isso pode resultar em picadas. Se encontrar a cobra dentro de casa, feche o cômodo e tampe frestas por onde ela tem como sair. Já se o ambiente for aberto, como um quintal, retire os bichos de estimação para que eles não entrem em embate.
Como as cobras dão botes rapidamente, até animais como gatos e cachorros podem sofrer acidentes. Sendo assim, coloque-os para dentro de casa ou em outro ambiente protegido. O Corpo de Bombeiros possui uma brigada treinada para capturar cobras. Contudo, ele não tem permissão para manter animais silvestres em cativeiro. Por isso, leva o animal para soltar em uma região afastada das residências.
Animais silvestres são protegidos por lei
A cobra papa-pinto, bem como os demais animais silvestres, é protegida por lei. Segundo o artigo 29 da Lei nº 9.605/1998, é proibido matá-la sem permissão, licença ou autorização. Nas épocas mais secas do ano, é comum que animais como a cobra papa-pinto busquem abrigo e alimentos no perímetro urbano. Lembre-se: se essa situação ocorrer, apenas afaste-se. Cobras, peçonhentas ou não, só atacam quando se sentem ameaçadas. E matar animais silvestres causa consequências como detenção de seis meses a um ano, além de multa. Trata-se de crime ambiental.
O que fazer em caso de acidente com cobra
Em caso de picada por cobra, a pessoa deve ser levada para assistência médica o mais rápido possível. Se der, leve uma foto do animal para identificação. Como existem vários tipos de cobra, a imagem facilita a descoberta da espécie. O atendimento para esse tipo de acidente é feito exclusivamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Desde 1986, toda a produção de soros é adquirida pelo Governo Federal, que fica responsável pela distribuição aos estados da federação.
Antes de buscar assistência médica, não tente chupar o local da ferida na intenção de tirar o veneno, que pode nem existir, muito menos amarrar o membro acometido. Se você chupa o local da ferida, pode passar microorganismos capazes de piorar a infecção. Já o torniquete pode potencializar um possível veneno na região.
Lave o local da picada com água e sabão e mantenha a vítima deitada, com o membro afetado elevado. Relógios, anéis e outros objetos devem ser retirados para não atrapalhar a circulação do sangue em caso de inchaço. Prevenir é a melhor orientação para evitar acidentes com a cobra papa-pinto e as demais. Sendo assim, cuide bem de sua residência e mantenha-a sempre limpa e sem entulhos para não atrair possíveis alimentos desse réptil.
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Sobre o autor:
Brunela Maria
Brunela Maria é jornalista desde 2011 e formada pelo Centro Universitário IESB, em Brasília. Trabalhou no Notícias do Dia, em Florianópolis e na Record TV Brasília. Atua como repórter no portal ClicSC.
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