Uma série de imprevistos fez uma mãe se atrasar para levar os filhos gêmeos na creche Aquarela, em Saudades, na última terça-feira (04), dia em que ocorreu a chacina que matou cinco pessoas, entre elas, três bebês com menos de dois anos. Francielly Wickert e o esposo Ederson Wickert saíram de casa naquela manhã com os filhos Miguel Antônio e Maria Helena Wickert, de 1 ano e 6 meses, para ir ao hospital fazer exames de rotina.
Por coincidência ou força divina, a mãe conta que uma série de imprevistos atrasou o horário de chegada à escola. “Primeiro eu esqueci a carteira de saúde deles e tive que voltar em casa buscar e depois atrasou o atendimento para os exames”, lembra a mãe. Os exames foram finalizados por volta das 8h30, mas apesar do horário avançado os pais resolveram levar os gêmeos até a creche. Quando chegaram e foram até a sala de aula dos filhos perceberam que as cortinas estavam fechadas e as crianças deitadas nos colchonetes.
A sala era a mesma que mais tarde foi atacada pelo jovem e onde quatro crianças foram feridas, três delas indo a óbito. “Era hora do soninho e eles estavam escutando música de ninar na televisão. Fiquei com dó de atrapalhar e não batemos na porta”, conta Francielly
Mesmo assim o pai dos gêmeos sugeriu chamar uma professora para deixar as crianças na creche. Foi então que Francielly, que trabalha em uma panificadora na cidade de Pinhalzinho, lembrou que estava de folga naquele dia e resolveu levar os filhos para casa. “Geralmente a minha folga é aos domingos, mas nessa semana meu chefe resolveu me dar folga na terça-feira. Então, achei melhor levar eles para casa comigo”.