Confira a história do surf em Florianópolis, lugar que possui picos de campeonatos nacionais e internacionais, que promove a superação e conexão com a natureza.
Confira a história do surf em Florianópolis, lugar que possui picos de campeonatos nacionais e internacionais, que promove a superação e conexão com a natureza.
Embora a falta de registros bibliográficos referentes ao surf tenha sido o maior entrave na elaboração deste material, dados existentes apontam que os gaúchos foram os primeiros surfistas do sul.
Os pioneiros foram duas famílias de gaúchos que, depois de terem visto reportagens sobre o esporte em revistas americanas, por volta de 1965, viajaram e conheceram o surf lá fora. Os gaúchos Johanpeter e Sefton foram provavelmente os primeiros surfistas do sul do país com características típicas: “pegar onda”, praia todo final de semana e férias, viagens à procura de novos picos, vida nômade (Gutemberg, 1989).
Os primeiros surfistas da Ilha: a história do surf em Florianópolis
Na década de 70, algo de novo estava surgindo nas praias de Florianópolis. Eram surfistas aficcionados com o fato de deslizarem nas ondas. São nomes como Celso Ramos Neto, Niltinho Ramos, Jaime Ramos, Toninho Ramos, Edson Pires, Ricardo Schroeder, os irmãos Correia (Paulo, Geraldo e Eugênio), Alberto Rodrigues (Betinho), Luciano e Eduardo Paulo Colaço que fazem parte da primeira geração de surfistas da Ilha de Santa Catarina.
A primeira geração de surfistas foi puramente amadora, sem gana de ganhar dinheiro com o surf nem largar a faculdade ou a profissão em virtude do esporte. No início, eles não entendiam bem qual era a verdadeira forma de surfar, apenas curtiam aquele momento de deslizar sobre a espuma. Era algo diferente, que os fascinava. Porém, a dificuldade em adquirir novos equipamentos fomentou o intercâmbio entre os surfistas, que deslocavam-se de suas cidades de origem em busca de novidades.
Rio de Janeiro era a meca do surf, e estava dez anos à nossa frente. Era de lá que vinham as primeiras pranchas. E era prá lá que nossos surfistas realizavam as expedições a fim de aprimorar seus conhecimentos sobre o esporte.
Assim aos poucos, a tribo do surf aumentava cada vez mais. Ramon Filomeno, Toló e Buda (já falecidos), Sérgio Pinto, os irmãos Bichinhos (Älvaro e Marcelo Pereira Oliveira), Ricardo Pereira Oliveira (primo dos Bichinhos), Saul Oliveira, Luiz Alberto May (galego May), Alexandre Fontes, Flávio Boabaid, Roberto Perdigão, Roberto Polli, Ronaldo Lobato, Ary Pereira Oliveira (Aryzinho), Bertoldo e Marcelo Salles, Tarcísio Sheffer, Edson Coxinha, Fedoca, Gabriel (Tatu), Zinho Correia, Renato Ávilla da Silva foram alguns dos nomes que começaram a se envolver, multiplicando o número de adeptos.
Em 1974 chegava a Florianópolis o lendário surfista carioca Fernando Moniz, popularmente conhecido como Marreco. Foi ele quem impulsionou o surf moderno na Ilha de Santa Catarina. Antes de vir a Florianópolis, entretanto, Marreco passou algum tempo em Itajaí, onde descobriu os “secret points”, ou seja, praias inexploradas com condições favoráveis à prática do surf.
Marreco tinha um surf impressionante, de primeira categoria, com manobras fortes e atuais, nunca vistas pelo povo ilhéu. O surf deste carioca era uma verdadeira aula para os surfistas locais. Marreco afirma que, quando chegou a Ilha, não podia disputar os campeonatos de surf pois estava muito adiantado. Não tinha “graça” disputar os campeonatos pois ele era bem melhor que os outros surfistas.
Foi ele quem trouxe algumas das personalidades marcantes do surf do Rio de Janeiro como os irmãos Miudinhos. O estilo de surfar era diferenciado, com pranchas de shape diferente. Alguns surfistas ilhéus chegaram até a encomendar pranchas com eles.
Marreco também ajudou muito nas partes técnicas dos campeonatos que aconteciam. Dentre eles, o primeiro, realizado em 1976 na praia da Joaquina, pelos colunistas Cacau Menezes e Ricardinho Machado, intitulado – Rock, Surf & Brotos, que projetou os surfistas Tarcísio Sheffer, na categoria júnior, e Caxito Douat, na categoria principal.
Esse profissionalismo que estava engatinhando em Florianópolis, começou a surgir juntamente com a segunda geração de surfistas, marcada por nomes como Bita Pereira, Roberto Lima, dentre outros.
Com o número de adeptos cada vez maior, o carioca Hupsel passou a confeccionar e vender pranchas na Ilha, embora a qualidade desta prancha deixava a desejar em relação as Piu surfboards. Estas últimas, confeccionadas pelo carioca Paulinho Guinle, foram a grande sensação da época. A comunidade “surfística” de Florianópolis, costumava-se reunir na Piu surfboards, na Barra da Lagoa, onde Paulinho, além de aproveitar para vender suas pranchas, divulgava as últimas notícias do que havia de mais novo no surf.
A Associação Catarinense de Surf (ACS) foi fundada em 1980 com a realização do Circuito Catarinense, totalizando quatro etapas. Em 1987 passou a ser reconhecida como FECASURF (Federação Catarinense de Surf). Outra entidade que influenciou na realização de campeonatos foi a Master Promoções, criada por Flávio Boabaid e Roberto Perdigão.
Karoline Moura é formada em Design pela PUC PR, Social Media e Copywriting de ecoturismo, atua tanto em empresas de viagens e turismo, como editora no portal ClicSC.
Antes restrito apenas a um biotipo, atualmente o mercado de modelos conta com perfis diversos, fugindo dos estereótipos padrões, para atender todos os tipos de campanhas