O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em parceria com a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e o setor de psicologia do Presídio Regional de Criciúma, está desenvolvendo um projeto pioneiro para o tratamento de usuários de crack em unidades prisionais. A iniciativa, liderada pela 4ª Promotoria de Justiça de Criciúma, visa reduzir a reincidência criminosa por meio do tratamento do vício.
O projeto, ainda em fase de planejamento, tem como foco inicial os presidiários próximos de alcançar a progressão ao regime aberto e o livramento condicional. Neste momento crítico de retorno ao convívio social, eles serão avaliados e receberão o apoio necessário para o tratamento da dependência química. Caso a iniciativa obtenha boa aceitação, poderá ser expandida para outras unidades prisionais e regiões do estado.
O Promotor de Justiça Jadson Javel Teixeira, idealizador do projeto, destaca que muitos crimes na comarca são cometidos em decorrência do vício em drogas, especialmente o crack. “Trabalhando a causa, acreditamos que é possível reduzir a reincidência criminal”, afirmou. A iniciativa pretende abordar o apenado de maneira integral, oferecendo tratamento de saúde adequado em vez de apenas punição.
Entre os benefícios esperados pelo programa estão a liberação de vagas nas unidades prisionais, a redução do poder das facções criminosas, a diminuição do tráfico de drogas e furtos, além da reintegração dos indivíduos à atividade econômica e a melhoria do bem-estar das famílias envolvidas.
Na próxima semana, uma reunião entre o MPSC e a equipe técnica dos setores de psicologia tratará do modelo de abordagem e funcionamento do programa. A parceria com a Unesc permitirá utilizar a experiência dos profissionais de psicologia do ambiente carcerário e o conhecimento dos cursos de Psicologia e programas de residência em Saúde Mental e Multiprofissional da universidade.
Fernanda Sônego, diretora de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias da Unesc, ressaltou que o objetivo final é proporcionar assistência às pessoas com dependência química, oferecendo-lhes novas habilidades e oportunidades para a reintegração social. A pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão da Unesc, Gisele Coelho Lopes, reforçou o compromisso da universidade em apoiar e desenvolver a região por meio de parcerias que promovam a cultura de paz e uma presença mais efetiva na sociedade.