A jovem brasileira, Manuela Vitória de Araújo Farias, de 19 anos, foi presa em Bali, na Indonésia, por transportar cocaína. Ela foi indiciada na última sexta-feira, 27.
Manuela foi indiciada por tráfico de drogas, na Indonésia a pena é de morte para casos de condenação pelo crime.
De acordo com o advogado da jovem, Davi Lira da Silva, Manuela teria sido enganada por uma organização criminosa de Santa Catarina. Eles teriam prometido uma viagem no país asiático com férias e aulas de surfe.
Porém, a jovem foi detida no aeroporto de uma das ilhas mais conhecidas da Indonésia, Bali, no último dia de 2022, com aproximadamente três quilos de cocaína em uma de suas malas.
Seu advogado afirma que ela não sabia o que estava levando nas malas e que ela tentou não viajar, mas os criminosos a obrigaram a seguir com a viagem, dizendo que já haviam gasto R$16 mil, R$20 mil e que se ela não fosse teria que pagar a quantia.
Manuela passou por aeroportos no Brasil e Catar, já no dia 31 de dezembro foi detida na Indonésia. O advogado afirma que ela foi usada como “mula”, termo conhecido no Brasil para quem é usado para transportar drogas. No país asiático eles utilizaram a palavra “atravessadora” para se referir ao ocorrido.
O advogado ainda explicou que a expectativa era que a jovem não fosse indiciada, pois na Indonésia não há normas ou distinção na penalidade para pessoas que são flagradas atuando como “mulas”, há apenas a pena de morte para tráfico de drogas.
Lá ela está sendo defendida por um defensor público e sua família está preocupada com o risco da pena de morte.
A comunicação entre o advogado brasileiro e a jovem está sendo realizada através da Embaixada do Brasil na Indonésia. A jovem ainda não foi transferida para um presídio e está detida em um lugar provisório até ser indiciada. O processo judicial dura em média oito meses.
A família está tentando levantar dinheiro para pagar um advogado especializado na Indonésia a fim de provar que ela foi usada por uma organização criminosa e não receba a punição de morte.
Em nota o Itamaraty informou que está acompanhando o caso, afirmando que o Ministério das Relações Exteriores sabe sobre o caso e está prestando “assistência consular cabível” para Manuela, “em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local”.
A brasileira trabalhava como autônoma, vendia perfume e lingerie e alternativa entre a casa do pai no Pará e a da mãe, em Santa Catarina.