No primeiro dia de campanha às eleições 2022, o debate da CBN Diário NSC, na Capital, voltou a revelar a lógica perpendicular da escolha colocada ao eleitor catarinense. Há dois eixos de narrativas entre os candidatos. Horizontal, que isola o candidato à reeleição Carlos Moisés (Republicanos) em relação a todos os demais concorrentes. Vertical, estabelecido pelas eleições presidenciais. Aqui, é Décio Lima (PT) quem fica sozinho ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra os demais concorrentes que apoiam a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
O petista faz questão de pontuar que ao lado de Lula só ele. Torce pela verticalização das eleições, de modo que o eleitor lulista ou, pelo menos, antibolsonarista alinhe sua escolha para governador. “Dizem que alguns catarinenses gostam de Bolsonaro, mas Bolsonaro não gosta dos catarinenses”, provocou Décio. Ele já se coloca como o adversário favorito dos demais no segundo turno.
Por lógica eleitoral, também seria o preferido de Moisés. O atual governador conseguiu a maior aliança, a coligação Santa Catarina em primeiro lugar, com sete siglas que incluem MDB, e teria apoio informal de até dois terços dos prefeitos e boa parte das bancadas estaduais. Mas quando se trata da escolha para presidente, é acusado de traição “à família bolsonarista catarinense” pelo senador Jorginho Mello, candidato a governador pelo PL. Com seus “olhos azuis” e jaqueta verde oliva tipo Che Guevara, Moisés parece não se afetar com esse tipo de ataque. Costuma atribuí-los à ultradireita bolsonarista. Insiste que o governo estadual é colaborativo com a União, tanto que investiu R$ 465 milhões dos catarinenses em rodovias federais.
Alta participação
Mais de 200 profissionais, entre conselheiros, diretores e assessores participaram do 14º Congresso Estadual dos Profissionais , realizado semana passada pelo Crea-SC, em Florianópolis. Durante os encontros foram aprovadas 146 propostas e duas moções para colaborar com o desenvolvimento de Santa Catarina e o aperfeiçoamento da legislação. As proposições, sistematizadas em 62 propostas e 10 moções, serão compartilhadas ao evento nacional, entre 6 e 8 de outubro, em Goiânia. “Destaco o caráter democrático e participativo do Congresso. Santa Catarina é um estado de vanguarda que apresenta propostas inovadoras e de excelência para a engenharia, agronomia e geociências”, comenta a presidente em exercício do Crea-SC, Angela Paviani. Com encontros prévios, mais de 800 profissionais participaram da formulação de propostas.
Campanha oficial
A coligação Bora Trabalhar, que reúne União Brasil, Patriota e PSD em torno de Gean Loureiro e Eron Giordani, foi a primeira a fechar nominata e estava prontíssima para o primeiro dia oficial de campanha. Houve bandeiraço na Capital. O movimento foi percebido pelo candidato Odair Tramontin (Novo) e criticado pelo uso do dinheiro do fundão, o fundo público de R$ 4,9 bilhões para financiamento dos partidos. Gean rebateu que se trata de apoiadores voluntários e disse que pessoas simples também podem ser voluntárias. Tramontin havia dito que a diferença do Novo é que não há militantes pagos.
Dissidência tucana
O ex-governador e ex-senador Leonel Pavan acompanhou prefeitos tucanos à Casa d’Agronômica para declarar apoio à reeleição de Moisés. “Por ser municipalista igual ao Luiz Henrique, eu estou com os prefeitos e vou com o Moisés 10”, declarou também na rede social. Segundo ele, está com a maioria dos 31 prefeitos tucanos. Pavan estava pronto para disputar como vice de Esperidião Amin, mas foi deixado de lado pela Federação PSDB Cidadania que decidiu escalar Dalírio Beber para a vaga.