A Polícia Federal (PF) realizou uma operação para aprofundar as investigações sobre o caso de resgate de 207 trabalhadores em condições análogas à escravidão em um alojamento de Bento Gonçalves (RS) em fevereiro.
Os trabalhadores vinham da Bahia para o Rio Grande do Sul contratados pela empresa Fênix, do empresário Pedro Oliveira de Santana, e prestavam serviço às vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton.
As investigações apontam que os trabalhadores eram vítimas de agressões, extorsões e submetidos a jornadas irregulares, além de serem alojados e alimentados em condições desumanas.
Até o momento, a PF identificou seis pessoas envolvidas, incluindo um policial afastado da BM, suspeito de atuar na segurança da Pousada do Trabalhador, alojamento em que ficavam os trabalhadores. O advogado do policial nega o envolvimento do seu cliente e critica a Corregedoria da BM por “falta de cautela”.
Outros investigados incluem o dono da empresa Fênix, Santana, e o empresário Fábio Daros, apontado pelos trabalhadores e funcionários do local como dono do alojamento. Na operação, foram apreendidas nove armas e diversas munições pertencentes a Santana, que tem registro de CAC.
As três vinícolas envolvidas firmaram um TAC com o MPT-RS que prevê 21 obrigações e R$ 7 milhões em indenizações, enquanto a Fênix recusou a proposta e teve R$ 3 milhões bloqueados pela Justiça do Trabalho.