Milena Borges Alves, 43 anos, afirmou que o marido, João Alberto Silveira Freitas, 40, pediu ajuda antes de ser morto após ser espancado por seguranças do supermercado Carrefour, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, na noite dessa quinta-feira (19). “Eu estava pagando no caixa. Ele desceu na minha frente. Quando cheguei, ele já estava imobilizado. Ele pediu ajuda, quando fui, os seguranças me empurraram”, disse a mulher à Rádio Gaúcha na manhã desta sexta-feira (20).
Imagens gravadas por testemunhas mostram o momento em que a vítima, um homem negro, é agredida por dois seguranças. Uma funcionária do supermercado acompanhou toda a situação de perto. Segundo informações da delegada Roberta Bertoldo, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, João Alberto teria desferido um soco contra um dos seguranças antes de ser espancado até a morte.
As investigações sobre o caso continuam. “A causa da morte é que ele possa ter tido um ataque cardíaco em função das agressões e de estar sendo pressionado, porque ele ficou no chão e duas pessoas em cima dele o contendo”, esclareceu. Os suspeitos foram identificados como Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva. Um deles é policial militar e foi levado a um presídio da corporação. O outro é segurança do Carrefour e está em uma unidade da Polícia Civil. Eles foram autuados por homicídio qualificado.
Homem morto frequentava mercado semanalmente
O pai de João Alberto Silveira Freitas afirmou que o filho frequentava o mercado toda semana. Em entrevista à Rádio Gaúcha, João Batista, de 65 anos, disse que aguarda a liberação do corpo do filho pelo Instituto Médico Legal (IML). João Batista conta que a primeira informação que recebeu sobre o caso era de que o filho estava sendo preso. Quando chegou ao local do crime, encontrou os médicos tentando reanimá-lo. “Não teve mais condição, ele já estava morto”, conta. Carrefour se manifesta
O Carrefour divulgou nota na noite dessa quinta-feira (19) informando que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos no homicídio. Também afirmou que romperá contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram o crime. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário”, diz o comunicado. A empresa frisa ter começado uma “rigorosa apuração interna” e afirma que vai tomar todas as medidas para que os responsáveis sejam punidos legalmente.