A Operação Mensageiro desvendou o envolvimento de pelo menos 73 agentes públicos de 27 municípios de Santa Catarina no esquema de corrupção na coleta de lixo.
A investigação do Ministério Público do Estado apura a prática de superfaturamento em licitações e esquemas de propina envolvendo prefeituras e a empresa responsável pelo serviço, a Serrana.
Sete prefeitos foram presos, mas o processo revela que a Serrana atuava em diversas cidades do estado, abrindo a possibilidade de um esquema ainda mais abrangente. O Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSC, elencou nomes de servidores públicos cujas linhas telefônicas teriam contato suspeito com o “mensageiro”, o homem apontado como operador do esquema de corrupção.
O mensageiro era o responsável por realizar os pagamentos de propina, utilizando 11 linhas telefônicas diferentes para contatar os envolvidos. A investigação conseguiu quebrar o sigilo telefônico e cruzar informações para provar o envolvimento dos agentes públicos no esquema.
O Ministério Público encontrou indícios de corrupção em cinco regiões catarinenses, sendo que a maioria dos municípios fica na região Norte, onde a Serrana tem sede, em Joinville.
A investigação incluiu ainda sete cidades do Sul de Santa Catarina e outras localizadas na Serra, Foz do Itajaí e Vale do Itajaí, onde o prefeito de Lages, Antônio Ceron (PSD), foi preso. O próprio MPSC considera o caso da Serrana o maior escândalo de corrupção da história de Santa Catarina.