A escassez de mão de obra na construção civil continua preocupando empresários e especialistas do mercado imobiliário. Projeções apontam que, em cerca de uma década, o país pode enfrentar um sério déficit de profissionais, especialmente nos canteiros de obras.
De acordo com a Sondagem da Construção da FGV, quase 30% das empresas consultadas destacaram a falta de mão de obra como uma das principais dificuldades. Atualmente, o setor emprega formalmente 2,8 milhões de trabalhadores, número 12% menor do que em 2010. Com a previsão de crescimento de 3% para este ano, o problema deve se agravar.
Um levantamento do SindusCon-SP, realizado pela Autodoc, revela o envelhecimento dos trabalhadores. A idade média passou de 38 anos, em 2016, para 41 anos, em 2024. Entre os mestres de obras, a média aumentou de 40 para 45 anos. Nos oficiais, de 37 para 40 anos, e entre os engenheiros, de 30 para 37 anos.
David Fratel, coordenador do Grupo de Trabalho de Recursos Humanos do SindusCon-SP, alerta para a falta de renovação com profissionais mais jovens. “A construção civil demanda esforço físico. Aos 40 anos, a vitalidade já não é a mesma”, diz Fratel.
Se nada for feito, o país pode enfrentar um apagão de mão de obra em breve. A escassez de profissionais já resulta no aumento dos preços dos serviços contratados e retrabalho devido à baixa qualidade.
*Supervisionado por Everton Palaoro