Com 23 anos de história, a Festa Nacional do Marisco já é uma tradição em Penha. O evento começou de forma modesta em 1996, na Praça do Coreto na Praia de Armação do Itapocorói, com os serviços funcionando em barraquinhas e sem grandes shows nacionais. Até o nome da festa inicialmente era outro: Mariscada.
“Foi somente nos anos 2000 que a Festa se tornou nacional”, lembra o ex-secretário de turismo de Penha, Gentil Abílio Serpa, o Tilinho, um dos criadores do evento original. “Fizemos a semana da Mariscada, que acabou se estendendo na verdade por três semanas, porque fez bastante sucesso entre os moradores e turistas”, conta.
A idéia da Festa nasceu com dois objetivos, segundo Tilinho: divulgar o marisco para o resto do Brasil e criar mais um evento no calendário da cidade. “Nos anos 90 as duas maiores festas eram a do Divino, em maio, e a de São João e São Pedro, em junho. A gente queria movimentar o início da temporada de verão, como forma de ter mais atrativos para os turistas ficarem na nossa cidade”, explica.
“A maricultura estava começando, e queriamos ajudar o maricultor de alguma forma. Então pensamos que com uma festa tinha essa possibilidade do marisco ser mais divulgado na televisão, nos jornais, na mídia como um todo, e as pessoas se interessarem em comer marisco, o que beneficiaria os nossos maricultores”, pormenorizou.
23 anos depois, a festa continua com o mesmo objetivo. “A projeção nacional da festa é estratégica para divulgar o marisco”, diz o secretário de pesca e agricultura de Penha, Ronaldo Laurentino, o Tito. “Graças a Festa, o cultivo e o sabor do marisco já apareceu em programas como o Globo Rural, Viver Mais, telejornais na antiga RBS, Ric Record, e vários jornais impressos de expressão estadual e nacional”, exemplifica.
Por conta disso, a organização da festa também é uma ação da secretaria de pesca, aquicultura e agricultura. “É um investimento que o governo municipal está fazendo que ajuda o maricultor a curto e longo prazo. A curto prazo porque pedimos para os restaurantes que atuam na festa comprarem marisco e outros frutos do mar dos pescadores e maricultores penhenses”, explica Tito. “E a longo prazo porque quanto mais tiver a menção do marisco em rede nacional, mais publico interessado no alimento é formado, e assim terá mais saída o produto de Penha”.
Para o atual secretário de turismo de Penha, Arnaldo Dias, a festa deve de fato se tornar cada vez mais gastronômica. “Muitas das ações de mídia que estamos articulando vão nesse sentido, de chamar atenção para o marisco e outros frutos do mar presentes na festa”, relata. “Os shows ajudam a chamar público, mas é um atrativo que pode ser encontrado em outras festas. O que diferencia o nosso evento é o marisco, são os pratos que só são servidos aqui. Se após a festa do marisco conquistarmos mais consumidores que ao longo do ano comprem o produto é algo que só vai beneficiar a cidade como um todo”, salienta.