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A importância de Glória Maria para mulheres pretas

Glória Maria foi uma pioneira no ramo de jornalismo do Brasil, inspirando mulheres brasileiras a persistirem a crescer profissionalmente.

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Glória Maria foi uma pioneira no ramo de jornalismo do Brasil, inspirando mulheres brasileiras a persistirem a crescer profissionalmente.

A jornalista e apresentadora Glória Maria morreu na manhã desta quinta-feira (2), aos 73 anos. A ícone da TV brasileira que mostrou em alta definição mais de 100 países, morreu vítima de um câncer no cérebro.

A jornalista foi a primeira mulher negra da televisão brasileira, a primeira a entrar ao vivo em um jornal com imagem em cores e pioneira também ao se tornar a primeira pessoa no país a usar a Lei Afonso Arinos para denunciar e se proteger contra o racismo.

A representatividade de mulheres negras que constituem  mais de 41 milhões de pessoas no país, influenciou gerações.

Pelé do jornalismo

Fonte: Divulgação

A jornalista Andréa da Luz, diz que boa parte da sua carreira de deve à Glória Maria.

“Ela sempre foi uma inspiração, desde que a vi na TV quando criança. Meu contato com o jornalismo começou aos 16 anos, no meu primeiro emprego de carteira assinada, como auxiliar de redação. Na época, um radialista da cidade me chamava Glória Maria, e eu achava um elogio sem tamanho. Depois seguiu outros rumos, me formei engenheira química, mas o sonho estava ali guardado. Até que não suportei mais ver a Glória Maria fazendo grandes reportagens pelo mundo enquanto eu ficava dentro de um parque industrial, e tomei a decisão de mudar”, conta.

E continua:

“Para mim, ela se equipara ao Pelé. Mas não por ser a melhor de todas as jornalistas, mas por ter a mesma força simbólica, de ícone, de ser alguém que inspirou gerações e servir como exemplo para tantas grandes jornalistas negras que vieram depois dela”, fala.

A jornalista reforça que ela e muitas se espelhavam na apresentadora como exemplo de força e de coragem, por ser pioneira e acreditar, quando não tinha em quem se espelhar.

Fomos representadas

A pedagoga Wandilma dos Santos Rodrigues, de 60 anos, também reforçou a importância da representatividade da apresentadora.

“Glória Maria era uma mulher de garra, guerreira mesmo. Ela se impôs como profissional e como ser humano no trabalho que ela exercia. Tudo aquilo era desafiador. Isso faz com que nós possamos como mulheres negras nos sentir um pouco realmente representadas”, conta.

Rodrigues acompanhou a trajetória da jornalista desde o começo, e fala das lembranças.

“Nas reportagens, ela consegue tirar coisas que outros profissionais, talvez homens ou pessoas brancas não conseguiriam”, diz.

Outro exemplo deixado por Glória foi a maternidade. A pedagoga conta que vê-la como mãe era também inspirador.

“Ela foi mãe solo e adotou duas filhas. Mesmo trabalhando se fez presente. A gente acompanhava que seus filhos tinham um nível cultural muito bom. Quem não se sente orgulhoso de ver uma mulher negra desse nível? “, questiona.

O racismo e o jornalismo

Em um programa exibido em 2020 na Globo, Glória Maria falou sobre racismo.

“Racismo é uma coisa que eu conheço, que eu vivi, desde sempre. E a gente vai aprendendo a se defender da maneira que pode. Eu tenho orgulho de ter sido a primeira pessoa no Brasil a usar a Lei Afonso Arinos, que punia o racismo, não como crime, mas como contravenção. Eu fui barrada em um hotel por um gerente que disse que negro não podia entrar, chamei a polícia, e levei esse gerente do hotel aos tribunais. Ele foi expulso do Brasil, mas ele se livrou da acusação pagando uma multa ridícula. Porque o racismo, para muita gente, não vale nada, né? Só para quem sofre”, relatou.

Nascida em Vila Isabel, no Rio, filha de um alfaiate e de uma dona de casa, Glória Maria se formou pela PUC quando apareceu na tela da Globo pela primeira vez em novembro de 1971. Na época, ocorreu o trágico desabamento do elevado Paulo de Frontin.

A jornalista fez entrevistas históricas nos anos seguintes. Nomes como  Freddie Mercury, durante o primeiro Rock in Rio, em 1985, e o general João Baptista Figueiredo, o último ditador do regime militar. “Ele não me suportava”, contou ela a Pedro Bial numa entrevista de 2020. “Passei todo o governo ouvindo ‘tira aquela neguinha da Globo daqui’.”

Fonte: Clicsc

Sobre o autor:
Karoline
Karoline Moura
Karoline Moura é formada em Design pela PUC PR, Social Media e Copywriting de ecoturismo, atua tanto em empresas de viagens e turismo, como editora no portal ClicSC.
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