Os grupos reflexivos destinados a autores de violência doméstica têm visto um crescimento significativo em Santa Catarina, com um aumento de 34,37% em sua implementação ao longo do último ano. Este levantamento, realizado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi divulgado nesta terça-feira (16).
Iniciados em 2019 com a formação do primeiro grupo em Florianópolis, os grupos reflexivos já atenderam 4.298 homens até agora. Esses espaços são desenhados para educar e reabilitar homens condenados ou acusados de violência doméstica, seguindo as diretrizes da Lei Maria da Penha.
A pesquisa apontou uma taxa de retorno de apenas 5% para os participantes, indicando uma eficácia notável na prevenção de reincidências. Michelle de Souza Gomes Hugill, servidora do TJSC e uma das autoras da pesquisa, destacou que esta taxa sugere uma vantagem significativa desses grupos sobre métodos mais tradicionais do sistema penal, como prisão ou restrição de liberdade.
Os grupos estão mais concentrados no Oeste e Vale do Itajaí, com presença menor nas regiões Serrana e da Grande Florianópolis. Entre os desafios enfrentados, estão a resistência inicial dos participantes e a dificuldade em mudar a percepção negativa sobre a Lei Maria da Penha.
Conduzidos principalmente por psicólogos, esses grupos também contam com a participação de profissionais de outras áreas como serviço social e educação. A desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), afirmou que o estudo permite aperfeiçoar e expandir as políticas institucionais para a criação e manutenção de mais grupos, fortalecendo a rede de apoio e prevenção em todo o estado.