Em um esforço pioneiro para combater a dengue, Joinville começa a produção de mosquitos Aedes aegypti portadores da bactéria Wolbachia, prometendo uma nova era no controle de doenças transmitidas por mosquitos.
Este mês marca um avanço significativo na luta contra a dengue em Joinville, com o início da produção de mosquitos Aedes aegypti que carregam a bactéria Wolbachia, conhecidos como Wolbitos. Este desenvolvimento, gerenciado pela Biofábrica do Método Wolbachia, localizada no bairro Nova Brasília, utiliza uma abordagem inovadora para neutralizar a transmissão de doenças como a dengue, chikungunya e zika vírus.
Segundo o prefeito de Joinville, esta iniciativa poderia ser descrita como o início de uma revolução na saúde pública, uma vez que os Wolbitos são parte de uma estratégia biológica que impede os mosquitos de transmitir essas doenças. A previsão é que a soltura dos primeiros mosquitos ocorra já na segunda quinzena deste mês, após os ovos recém-eclodidos passarem por todas as fases de desenvolvimento em condições controladas.
A operação na biofábrica é meticulosa e envolve várias etapas desde a eclosão dos ovos até a liberação dos mosquitos adultos. Tudo começa na sala de “Preparação”, onde os ovos são incubados e as larvas subsequentemente alimentadas até se transformarem em pupas. Estas, por sua vez, são cuidadosamente separadas por sexo e preparadas para a fase adulta na “Sala de Tubos”.
Uma das características mais notáveis do Método Wolbachia é que ele não envolve modificações genéticas nos mosquitos ou na bactéria, garantindo uma abordagem ambientalmente responsável e segura para a saúde humana. A expectativa é que, com o tempo, os mosquitos com Wolbachia se misturem com a população local de Aedes aegypti, estabelecendo uma nova geração que não pode transmitir essas doenças virais.
O projeto, que é um colaboração entre a prefeitura de Joinville e o World Mosquito Program, promete ser um modelo de intervenção sustentável e eficaz, com potencial para ser replicado em outras regiões do Brasil e do mundo. A iniciativa não só combate as doenças transmitidas por mosquitos mas também reforça a importância da inovação e cooperação científica na saúde pública.