Uma reportagem publicada pelo jornal norte-americano New York Post, sobre tomar chimarrão ser tão perigoso quanto fumar 100 cigarros, causou revolta em brasileiros e argentinos. Por conta da postagem do tabloide, perfis sul-americanos responderam a publicação da matéria com deboche e humor. Outros usuários questionaram a veracidade da reportagem, já que o estudo usado como fonte é de 2008 e há vários tipos de erva-mate na América Latina.
“Apesar da questionável credibilidade do New York Post, vou pensar sobre isso tomando um chimarrão. É uma ótima maneira de relaxar a cabeça”, comentou um perfil brasileiro com uma foto tomando a infusão. Além disso, internautas apontaram uma hipocrisia da matéria questionar os hábitos culturais culinários da América do Sul, sendo que os norte-americanos são conhecidos por dietas calóricas que faltam diversidades de nutrientes.
Conforme a publicação do “New York Post”, um estudo publicado no jornal de Biomarcador e Prevenção de Epidemiologia do Câncer (Cancer Epidemiology Biomarker and Prevention) diz que a infusão de erva-mate, que produz o chimarrão, pode provocar câncer em várias partes do corpo, incluindo estômago, rim, fígado e esôfago, por conter hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs), uma substância cancerígena.
A substância em contato com a água quente, usada para fazer a infusão, aumenta as chances da pessoa desenvolver um câncer. PAHs também são encontradas em tabaco e carne grelhada. Assim surgiu a comparação entre o cigarro, que contém tabaco, e o chá da erva-mate. A erva-mate é natural da América do Sul e consumida de diversas formas, como chimarrão ou tereré, no Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia e Chile. O chá da erva é um costume cultural, principalmente no Sul do Brasil.