O caso de Nicolas Areias Gaspar, bebê de 2 anos que estava desaparecido desde o dia 30 de abril, teve novos desdobramentos. A mãe da criança foi ouvida pela polícia em Santa Catarina e confirmou que entregou o bebê voluntariamente, sem ter sido ameaçada ou recebido vantagens em troca. No entanto, a mulher se encontra em situação de vulnerabilidade e está internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela também está sendo investigada no caso, de acordo com as autoridades.
O desaparecimento do bebê foi comunicado pela avó e pelos tios maternos, que registraram um boletim de ocorrência na última quinta-feira (4), segundo a delegada da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital (DPCami) de São José, Sandra Mara. O bebê foi visto pela última vez com a mãe no dia 30 de abril.
A criança foi encontrada em São Paulo na última segunda-feira (8) após as polícias militar e civil do estado catarinense rastrearem um veículo suspeito através do programa SOS Desaparecidos e acionarem a PMSP (Polícia Militar de São Paulo) para realizar o resgate da criança. Um casal de meia idade foi preso durante a ação.
De acordo com o boletim de ocorrência, o casal identificado como Roberta e Marcelo estava com o bebê em um carro quando foram abordados pela Polícia Militar na Zona Leste de São Paulo. Ambos disseram que estavam indo ao Fórum de Tatuapé para regularizar a situação da criança, que havia sido doada pela mãe. No entanto, a Polícia Civil informou que recebeu a informação de que Marcelo e a esposa, identificada como Juliana, estavam aliciando a mãe do bebê a entregar a criança, sem o procedimento legal de adoção.
Os suspeitos foram autuados em flagrante pelo crime de tráfico de pessoas. A polícia acredita que Roberta e Marcelo se aproveitaram do estado de vulnerabilidade da mãe da criança para conseguir o bebê. Além disso, o carro em que a criança foi encontrada foi visto transitando em Santa Catarina com a placa adulterada. Os suspeitos estão em audiência de custódia em São Paulo nesta terça-feira (10). O artigo 242 do Código Penal prevê pena de 2 a 6 anos de reclusão para quem registrar um filho de outra pessoa como próprio.