Na manhã desta terça-feira (8), a Polícia Civil do Paraná (PC-PR) deflagrou uma grande operação para cumprir 101 ordens judiciais visando desarticular uma organização criminosa atuante em diversos estados brasileiros, acusada de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
A operação, realizada em parceria com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), tem como alvos suspeitos que operam nos estados do Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e também na região nordeste.
Em um desenvolvimento surpreendente, um policial civil do estado de São Paulo foi afastado de suas funções por suspeitas de participar da referida organização criminosa.
As ações policiais ocorrem em diversas cidades, entre elas Toledo, Pato Bragado, Entre Rios do Oeste e Curitiba, no Paraná. Santa Catarina também é palco das operações em cidades como Balneário Camboriú, Camboriú e Içara. Em Pernambuco, a cidade de Jaboatão dos Guararapes é alvo das buscas.
Dos mandados emitidos, 10 são de prisão preventiva e 45 de busca e apreensão. Também há ordens para bloqueio de contas bancárias dos suspeitos, além de sequestros de imóveis.
Os crimes em questão são graves. Além de organização criminosa e tráfico de drogas, os suspeitos também são acusados de associação ao tráfico. A pena para tais infrações pode alcançar um total de 38 anos de reclusão.
Um agravante adicional é o crime de lavagem de dinheiro. Aqueles encontrados culpados podem enfrentar uma pena adicional de até dez anos.
Investigações
Tudo começou em março deste ano. A PC-PR e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizaram uma significativa apreensão de aproximadamente duas toneladas de maconha escondidas em um caminhão frigorífico com fundo falso.
Posteriormente, as autoridades descobriram outro caminhão frigorífico em Toledo, que continha um grande carregamento de munição de fuzil. De forma inusitada, havia um bunker escondido sob um chiqueiro de porcos, local utilizado para armazenar drogas.
Ao avançar nas investigações, a polícia identificou diversos suspeitos envolvidos nos crimes. Esses suspeitos eram responsáveis por carregar a droga na região dos Lagos do Iguaçu e, em seguida, distribuí-la para diversos estados brasileiros.
O método de transporte escolhido era estratégico: caminhões com cargas frigorificadas. A escolha se dava pela dificuldade de fiscalização, já que qualquer rompimento de lacre comprometeria o produto.
Ao embarcar os produtos nos caminhões, a droga era colocada em fundos falsos, sem o conhecimento do embarcador. O transporte da droga era então encoberto pelas notas fiscais de produtos lícitos.