O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) solicitou que mãe e filho, acusados de assassinar um homem de 43 anos, sejam levados a julgamento no Tribunal do Júri. O crime ocorreu em novembro do ano passado, em Criciúma, e a possível motivação só veio à tona após as investigações da Polícia Civil. A vítima foi brutalmente atacada com 24 facadas na região do tórax e abdômen, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.
Os acusados foram presos em flagrante logo após o homicídio, porém foram liberados durante a audiência de custódia. Na época, o filho alegou ter agido em legítima defesa para proteger a mãe de uma suposta agressão. No entanto, as investigações continuaram e revelaram outra motivação e indícios de premeditação do assassinato, o que resultou na prisão dos acusados no mês de maio.
O pedido de prisão feito pela Polícia Civil foi acatado pela Justiça após manifestação favorável do Ministério Público, com o intuito de preservar a ordem pública, garantir a efetividade da instrução criminal e aplicar a lei penal. Além disso, surgiram evidências de que os acusados teriam influenciado o depoimento de uma testemunha que presenciou o crime.
O Promotor de Justiça Marcus Vinicius de Faria Ribeiro, titular da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Criciúma, apresentou a denúncia contra os réus pelo crime de homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, meio cruel e traição. A denúncia foi aceita pelo Poder Judiciário, transformando mãe e filho em réus em uma ação penal. O processo está em andamento em segredo de justiça e encontra-se na fase de formulação da defesa, para que os acusados possam apresentar suas respostas às acusações.
Crime premeditado
A motivação do homicídio, caracterizado como premeditado, seria o benefício financeiro obtido por ambos. Isso incluía uma cobertura securitária relacionada a um financiamento bancário feito para a compra de um imóvel, além do interesse da mulher em receber pensão por morte. A vítima já havia iniciado procedimentos de divórcio, o que resultaria na divisão dos bens do casal.
Segundo as investigações, a acusada teria se aproveitado da relação de confiança para atrair a vítima, pedindo-lhe para ir até sua casa sob o pretexto de entregar documentos, configurando a qualificadora de traição.
A perícia realizada no local do crime e as investigações constataram que, antes da chegada da Polícia Militar, a residência foi limpa, o corpo da vítima foi removido e o celular dele foi encontrado em um recipiente com água.
Também foi observado intenso movimento ao redor do imóvel, sem acionamento da polícia, indicando que os acusados teriam tentado prejudicar a coleta de provas. O caso está em andamento e, no decorrer do processo, serão analisadas todas as evidências e depoimentos para que a justiça seja feita e os responsáveis sejam devidamente punidos. A sociedade acompanha de perto esse caso, que chocou a cidade de Criciúma.