A agência espacial americana, NASA, alerta para o início de um evento climático potencialmente poderoso, um “Super” El Niño. Este fenômeno tem o potencial de impactar significativamente o clima global. Na quarta-feira (21), a NASA divulgou uma imagem de satélite, capturada entre 1 e 10 de junho, que revela a aproximação deste evento. A imagem ilustra o Oceano Pacífico, com destaque para as anomalias na altura do nível do mar.
O El Niño, um fenômeno que ocorre quando há um aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, tem impactos climáticos significativos em todo o mundo, causando alterações em padrões climáticos e eventos extremos, como inundações, secas e tempestades intensas.
Um “Super” El Niño, devido à sua intensidade esperada, pode levar a mudanças climáticas mais profundas e duradouras. O monitoramento contínuo deste evento pela NASA e outras organizações de pesquisa global é fundamental para preparar e responder adequadamente a essas alterações climáticas.
De acordo com a agência, os pesquisadores identificaram uma conexão significativa entre os episódios de El Niño e as alterações no clima e na cobertura de gelo marinho ao redor da Antártica. Essa descoberta reforça o impacto global deste fenômeno, que vai além do simples aquecimento das águas do Pacífico, influenciando o clima mundial e causando eventos extremos como furacões no Atlântico e ciclones no Pacífico.
Os dados mais recentes do satélite americano-europeu Sentinel-6 Michael Freilich fornecem indicativos preliminares de um El Niño em desenvolvimento no Oceano Pacífico equatorial. As imagens capturadas pelo satélite mostram a formação de ondas de centenas de quilômetros de largura, se movendo de oeste para leste ao longo do equador em direção à costa oeste da América do Sul.
Quando essas ondas, conhecidas como ondas Kelvin, se formam no equador, transportam água quente do Pacífico ocidental para o Pacífico oriental, aumentando os níveis do mar. Segundo os cientistas, a água se expande quando aquece, fazendo com que o nível do mar seja mais elevado em áreas com água mais quente.
“Estaremos observando este El Niño como um falcão”, afirmou Josh Willis, cientista do projeto Sentinel-6 Michael Freilich no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia. Ele adverte que se o El Niño se intensificar, o mundo poderá testemunhar um recorde de aquecimento.
Estas descobertas apontam para a necessidade de um monitoramento contínuo dos fenômenos climáticos e um entendimento mais profundo de como eles afetam nosso clima global. Com o avanço das tecnologias de observação e previsão, a NASA e outros órgãos de pesquisa continuarão a fornecer informações valiosas para orientar as respostas globais às mudanças climáticas.
El Niño em Santa Catarina
O fenômeno climático conhecido como El Niño, pode causar mudanças significativas no clima de inverno de Santa Catarina. Segundo previsões do Climatempo, o El Niño deve trazer um aumento no volume de chuvas para a região Sul, bem como uma maior atuação de frentes frias, começando já em julho.
A Defesa Civil de Santa Catarina corrobora essas previsões, indicando uma tendência para chuvas dentro ou acima da média nos meses de julho e agosto. Durante esse período, acredita-se que o El Niño começará a influenciar o padrão de precipitação do Estado.
Contrariamente a outros anos, espera-se que haja menos massas de ar frio atuando em Santa Catarina. No entanto, a Defesa Civil alerta que isso não elimina a possibilidade de episódios de frio intenso, incluindo geadas e precipitação invernal.
“Os eventos de frio deverão ocorrer, mas não serão duradouros”, explica a Defesa Civil em seu site oficial, destacando a importância de se preparar para essas mudanças climáticas iminentes. A observação e análise contínua do El Niño permitirão uma melhor compreensão e gestão dos seus impactos em Santa Catarina.