A Polícia Civil deflagrou a Operação Branché, que investiga uma associação criminosa responsável por aplicar os “golpes dos nudes”. As ações ocorreram na manhã desta terça-feira (10), onde foram cumpridas seis ordens judiciais no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Vítimas preferidas eram homens detentores de cargos públicos, como um prefeito gaúcho que estava sendo extorquido pelos criminosos após a troca de fotos íntimas com uma suposta adolescente.
Buscas foram realizadas nas cidades gaúchas de Porto Alegre, Gravataí e Charqueadas e em Florianópolis, capital de Santa Catarina, para apreender outras provas e cessar a prática do crime. Como parte dos golpes era praticado de dentro de presídio gaúcho, uma vez que um dos líderes do grupo estaria preso, buscas também foram realizadas em celas. Investigações apontam que 10 criminosos integram o grupo responsável pelos golpes.
Os criminosos montaram até um cenário como se fosse uma delegacia e com falsos agentes para tentar extorquir o político. O caso envolvendo o prefeito ocorreu no segundo semestre de 2020 e, como a polícia foi avisada a tempo, não ocorreu a extorsão, até porque ele não chegou a repassar imagens, apenas as recebeu. Para não expor a vítima e também por questões de segurança, a polícia não está divulgando o nome do político — assim como não está revelando nem mesmo a região, partido ou valor exigido.
Como o grupo agia
Bandidos contatavam suas vítimas via redes sociais. Na pele de jovens bonitas e aparentemente interessadas, seduziam os homens e os convenciam a trocar fotos íntimas. Mais tarde, essas mesmas vítimas eram contatadas por supostos policiais civis que exigiam valores em dinheiro via depósito bancário para não prendê-las ou iniciar um inquérito policial contra elas – o argumento era sempre o mesmo: as meninas eram menores de idade.