Um pastor evangélico de 53 anos foi condenado a 40 anos de prisão por abusar sexualmente de oito mulheres e um homem em Santa Catarina. A decisão foi proferida pela 2ª Vara Criminal da comarca de Tubarão, no Sul do estado. O réu, que ficou conhecido como “homem de Deus”, praticou os crimes durante dez anos em locais como a igreja que ele atuava, a casa das vítimas e um salão de beleza.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os abusos foram realizados por meio de fraude, quando o pastor ficava sozinho com as vítimas para praticar uma oração individual “violando os deveres inerentes ao seu ministério religioso”. Entre as vítimas, há duas adolescentes.
Mesmo após a prisão e a revelação dos fatos, “vozes respeitáveis” defenderam o pastor, inclusive a própria igreja, que tentou culpabilizar as vítimas e classificando o processo como “demonização”, aponta a decisão. O processo também aponta uma extrema sujeição dos fiéis e dos membros da igreja, entre eles algumas vítimas, ao réu.
Além da condenação a 40 anos e 20 dias de prisão em regime fechado por violação sexual mediante fraude por 13 vezes, o pastor terá que indenizar cada uma das vítimas por danos morais em R$ 7 mil, à exceção da mulher abusada cinco vezes que receberá R$ 15 mil. O valor total é de R$ 71 mil.
O réu está preso desde 4 de novembro e teve o direito de recorrer da sentença em liberdade negado pela Justiça. A decisão destacou que, por ao menos 12 anos, o réu exerceu o ministério religioso, por meio do qual submeteu as vítimas e conseguiu praticar os abusos.
O processo tramita em segredo de Justiça.