XAutor: Natalía Minich
A proibição da pesca industrial da tainha no Sul e Sudeste do Brasil foi anunciada em uma portaria publicada pelos Ministérios da Pesca e Meio Ambiente com o objetivo de tornar a atividade mais sustentável.
Segundo o governo federal, apenas a pesca artesanal está autorizada, e a safra não pode ultrapassar as 460 toneladas da espécie. O limite definido segue critérios científicos e considera a quantidade estimada de peixes a partir de estatísticas de pesca apresentadas pela Universidade do Vale do Itajaí.
O número da safra permitida para 2023 é 68% menor do que no ano passado. O Ministério do Meio Ambiente explicou que o objetivo é garantir a sustentabilidade da pesca da tainha, já que a captura artesanal feita no Rio Grande do Sul ultrapassou a média em mais de quatro vezes, chegando a 4,5 mil toneladas. Com o risco à espécie, a intenção é trazer equilíbrio à prática.
No entanto, o Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) questiona a regra e critica o motivo da proibição, alegando que o número de peixes pescados sem controle foi exagerado.
O presidente do Sindipi, Agnaldo dos Santos, pede fiscalização no Rio Grande do Sul para verificar a veracidade dos números apresentados pelo governo.
O Sindipi foi responsável pela pesca de pouco mais de 10% do total de tainha capturada no Brasil em 2022, quando foi autorizada a safra de 1,4 mil toneladas, distribuídas em 480 toneladas para a modalidade industrial e o restante para a atividade artesanal.
Cada embarcação industrial tem uma cota individual de, no máximo, 50 toneladas. Em 2022, sete barcos capturaram 319 toneladas de tainha de forma industrial, enquanto a pesca artesanal de outras modalidades estimou 4,5 mil toneladas.
A pesca permitida neste ano é pela modalidade artesanal de emalhe anilhado, que é quando a rede tem uma trama fechada e é alçada por um guincho mecânico.
A pesca da tainha começa em 15 de maio e segue até 31 de julho. A proibição da pesca industrial da tainha é uma medida inédita no país e visa preservar a espécie e tornar a pesca mais sustentável.
Fonte: Clicsc
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