Nas últimas semanas um boletim sobre a possibilidade de ciclones bombas no Sul do país, especialmente no segundo semestre, emitido pela plataforma Climatempo, como forma de alertar a população e discutir sobre impactos principalmente no setor de energia, fez muitas pessoas ficarem preocupadas com o risco de novas ocorrências.
Conforme explica o meteorologista da Epagri/Ciram, Marcelo Martins, o chamado “ciclone bomba” não é raro nem incomum. No entanto, ele pode ser previsto apenas cinco dias antes de sua formação. Dessa forma, não há previsão de que possa acontecer um ciclone bomba nos próximos dias no Estado.
“Na verdade, o ciclone explosivo — popularmente conhecido como bomba — ocorre devido à alta variação de pressão em um intervalo de 24 horas, que pode ocasionar mudanças repentinas no tempo de uma região. A duração é rápida e com efeitos intensos, associados a chuvas, quando próximo à costa, e rajadas de ventos fortes”, diz o meteorologista. Uma curiosidade é que “praticamente todas as frentes frias formam os ciclones tropicais”, o que varia é a intensidade do fenômeno causada pela diferença de pressão.
Ainda, segundo Martins, “o ciclone bomba só é repercutido quando pode atingir a costa, mas a maioria deles não são divulgados”. O fenômeno recebeu grande destaque na mídia em junho e setembro do ano passado, quando foram registrados ventos de até 60 km/h no interior do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Na costa Sul catarinense, ocorreu ventania de até 90 km/h. “Eles se formam, de forma geral, no Sul do Brasil com certa frequência. Mas a gente só consegue prevê-lo cinco dias antes. O que eles [Climatempo] estão falando é sobre climatologia, que é o que costuma acontecer em média em uma região”, explica Martins. Ele assegura que é apenas “uma constatação do que acontece em forma geral”. O especialista não soube precisar quantos ocorreram no último ano porque a ocorrência é alta, “em média, mais de 40”.Santa Catarina pode ter outro ciclone bomba? Meteorologista explica