Sem luz em casa, no comércio e muita agonia. Nelson Concelle, proprietário de um mercado na rua 232, no bairro Meia Praia, em Itapema, está perdendo muitas mercadorias, desde que o ciclone causou danos na rede elétrica do Estado. Ele e muitos outros estabelecimentos têm enfrentando o mesmo problema: a demora para ter o sistema reestabelecido pela Celesc. Só em Itapema foram 31 mil unidades consumidores que ficaram mais de 24 horas sem luz. Até a quinta-feira (02), ainda havia 978 locais na cidade sem energia. E com isso, a cada minuto, os prejuízos para seu Nelson e tantas outras pessoas, só aumentam.
O comerciante estima que nessas últimas 48 horas os prejuízos passaram de R$ 15 mil. Mas, ele acredita, que o reflexo disso vai continuar nas próximas semanas. “O cliente vai ficar com receio de comprar, sabemos disso. Já entrei em contato várias vezes com a Celesc, implorando para virem na minha rua. Estamos perdendo produtos minuto a minuto praticamente”, reclama. Assim como Nelson, centenas de pessoas estão enfrentando prejuízos quanto aos alimentos. Com a geladeira desligada há três dias, muita coisa acabou estragando.
A Celesc conseguiu restabelecer 85% do sistema elétrico catarinense. Em todo estado, neste momento, cerca de 226 mil unidades consumidoras ainda estão sem energia. A Companhia chegou a mobilizar mais de 300 equipes para trabalhar nos municípios que ainda enfrentam problemas Equipes de reforço estão sendo deslocadas das áreas já recuperadas para aquelas que ainda têm demanda, como as regiões da Grande Florianópolis e o Norte do estado. Os casos são analisados por cada equipe de atendimento e a intenção da empresa é recompor grande parte do sistema nesta quinta-feira. Porém alerta que, dependendo da complexidade e do acesso à algumas regiões, os casos mais complicados deverão ser resolvidos até domingo. No caso da rua 232 e de tantas outras ruas de Itapema, além da fiação, que com os ventos fortes caíram no chão, um poste acabou danificado, o que vai demandar ainda mais tempo para ser resolvido.
Texto: Brunela Maria/Visor Notícias