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Sucuri gigante já foi vista em Santa Catarina

Mesmo longe de seu habitat natural, os registros de sucuris gigantes e outros animais silvestres, hoje podem ser considerados como singulares

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Popularmente chamadas de anacondas, as sucuris gigantes, sempre causam medo em muitas pessoas. Mas, o que pouca gente sabe é que em Santa Catarina, algumas delas já apareceram nos últimos anos. A pergunta é como isso possível? Será que o seu habitat natural tem mudado com as questões climáticas? Neste artigo você saberá quais são as características desse animal. Ela é venenosa? Já matou alguém?

Os estudiosos que observam o comportamento das sucuris gigantes explicam que, apesar dessas espécies serem visualmente diferentes, em tamanho, comportamento e cor, ainda assim, possuem certas particularidades em comum. Praticamente, há quatro espécies principais, das quais três estão em habitat brasileiro.

 São elas: Eunectes notaeus (sucuri amarela), Eunectes Murinus (Sucuri Verde), Eunectes Beniensis (Sucuri de Bene), Eunectes Deschauenseei (Sucuri malhada).  Essas são espécies mais encontradas e que estão ligadas geralmente aos ambientes pantanosos, para melhor desenvolverem suas habilidades de caça e reprodução.

Eunectes notaeus

É a sucuri-amarela, da região do Pantanal. A murinus, também é conhecida por ser uma das maiores, surgindo sempre nas regiões mais pantanosas de toda a extensão que vai do Cerrado até a floresta amazônica. Ali, estão presentes, neste bioma, as espécies bem maiores do que outras regiões do país.

É a famosa sucuri amarela do Pantanal que habita em todas as áreas de alagados das bacias dos rios Paraguai e Paraná, pertencente aos estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Essa espécie costuma ser mais encontrada e avistada facilmente na Ilha de Marajó, no Pará e mais próximo à fronteira com os países ao Norte. Além disso, outros países da região da floresta também são habitat da espécie como Equador, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Paraguai e até o norte da Argentina.

Basicamente, essas espécies de sucuris têm como objeto de caça, outros animais próximos aos lagos e rios, de pequeno e médio porte, como peixes, aves aquáticas, jacarés e mamíferos como capivaras. Há relatos de sucuris que acabam caçando animais domésticos, como cabras e cães, desde que estejam muito próximos das águas.

Eunectes Murinus

Já murinus rivaliza com a anterior porque ela é chamada de “anaconda verdadeira”. Porém, ela difere um pouco da notaeus, porque ela tem uma coloração esverdeada, algo de fundo que se aproxima ao verde oliva, e que pode chegar a ser ainda mais um pouco escura, indo até o marrom.

Diferente das demais, essa sucuri é a qual os estudiosos possuem mais detalhes possíveis, graças à sua distribuição geográfica. Ela pode ser facilmente encontrada em todos os estados no Norte e Centro Oeste. Outro fator distinto, é que o sistema de acasalamento é diferente, ou seja, segue um modelo “poliândrico”, isto é, sistema de agregação de mais de um macho para fecundação. As fêmeas que são maiores que os machos, podem fazer confundir as pessoas, em relação a filhotes e machos nesse processo.

A murinus está entre as mais pesadas, e as fêmeas, de porte maior, podem chegar próximo aos 5 metros e sua alimentação também é baseada em dietas de pequenos e médios mamíferos ou aves aquáticas.

Python Reticulatus

Essa espécie é chamada de sucuri verde e divide palco com a anterior, já que também se encontra na popularidade de ser uma das maiores cobras do mundo, chegando a medir 6 metros ou mais. Detalhe que as fêmeas costumam ser maiores do que os machos.

Essa sucuri tem expectativa de vida longa, podendo facilmente chegar até os 30 anos de idade! Segundo especialistas, a sucuri de bene é a única que até hoje não teve registros em biomas brasileiros e pode ser vista somente na Bolívia (assista ao vídeo acima).

A relação das sucuris gigantes com os seres humanos

É verdade que os encontros entre seres humanos e sucuris gigantes sempre despertou a fantasia e mitos, até folclóricos, nas tradições ribeirinhas e ameríndias. No entanto, é claro que as sucuris gigantes são perigosas, em seu habitat natural.

Porém, vale lembrar o alerta dos biólogos que – o ser humano não pertence à sua dieta. Ou seja, as sucuris não caçam, ou não está dentro do seu alvo, os seres humanos como subsistência. Na verdade, existem muitas descrições de ataques a pessoas, mas, na sua grande maioria, muitos deles não são reais, pois confundem-se as espécies e outros casos são apenas fictícios – mais alimentados em respeito ao temor do tamanho da cobra.

É importante que se diga que essa fama toda da sucuri se refere a uma tradição que vem de longa data, desde os indígenas. Seja pela sua imponência, beleza, poder e mistério, no reino da floresta, principalmente na América do Sul, ela pode estar sofrendo em um processo de extinção.

Independente disso, as histórias sobre elas, permanecem no grande imaginário popular. São as histórias de anacondas em filmes, quadrinhos e relatos orais que circulam num misto de realismo fantástico, criaturas míticas, e mitologias. Esse medo misturado ao respeito, dá às sucuris, um foco maior, principalmente quando elas são vistas (recentemente) em regiões diferentes de seu habitat, como veremos a seguir.

No entanto, embora bastante conhecida pelo tamanho, muito pouco ainda se sabe sobre a biologia das sucuris mais silvestres, isso porque podem existir mais espécies dentro da mata que não foram reconhecidas. Sobre o acasalamento, depende de cada clima, localidade e espécie. Isso varia muito entre elas, por isso a dificuldade de estabelecer um padrão. Há espécies que possuem tendência de estações mais secas, por exemplo.

Eunectes beniensis

Ou também chamada de sucuri de bene, nome dado por causa do local onde foi inicialmente registrada, no Departamento de Bene, na Bolívia. A bene, morfologicamente, está entre as duas espécies anteriores, a sucuri amarela e a verde. Isso porque há registros de que ela seja até um híbrido dessas duas espécies.

No entanto, ainda a sucuri bene é menos estudada em função das regiões que ela habita e, portanto, tem-se pouca informação necessária da sua biologia. Ela pode chegar até os 3 metros, sendo de menor porte do que as demais anteriores.

Eunectes deschauenseei

É a sucuri malhada, mais encontrada nas regiões pantanosas dos estados do Norte como o Pará, a Ilha de Marajó e no Amapá, principalmente mais ao norte com a fronteira com a Guiana Francesa. Ela se parece mais com as sucuris amarela e verde. Porém, da mesma forma que a sucuri bene, a malhada possui pouca informação pelos estudiosos. Assim, detalhes como alimentação, comportamento, reprodução e outras informações básicas, ainda estão sendo analisadas pelos biólogos. De todas, a malhada é, provavelmente, a menor delas, chegando até os 3 metros.

Comportamentos gerais da sucuri

Qual é a forma que a sucuri mata mais genericamente? No universo ofídico, apenas dois métodos principais existem para aprisionar a caça: o veneno e o estrangulamento. No caso da sucuri, ela chega a caçar animais que se aproximam dela pelo processo do enrolamento, de seu corpo em volta da presa. Logo após, começa a apertá-la até que a presa morra por asfixia ou esmagamento.

Foto: G1/Divulgação

Santa Catarina e as sucuris gigantes

Vimos que onde tem sucuri no Brasil é relacionado ao habitat natural, ou seja, pode ser encontrada nas regiões da grande floresta amazônica e do Pantanal. Existem, conhecidas, quatro espécies de sucuris gigantes, como descrevemos, registradas na América do Sul, nessas regiões e em alguns países fronteiriços.

Como dito acima, elas são geralmente encontradas em áreas que inundam sazonalmente, em seu habitat, sempre próximo a rios, córregos e lagos. Em função das recentes mudanças climáticas que vem ocorrendo ano após ano na floresta amazônica, desmatamento, aquecimento, queimadas no Cerrado e Pantanal, elas se veem ameaçadas. Mesmo que não sejam tão habilidosas por terra, elas possuem muita agilidade dentro dos rios, chegando a permanecer até 30 minutos, sem respirar. Desta forma, é possível entender que pelos rios, as sucuris estejam explorando novos habitats, para sobrevivência.

Basicamente, pela rica fauna e flora que existe nas regiões Norte e Centro Oeste, garantidos pelos três biomas principais, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, é pelo último que percebe-se essa mudança gradativa de habitat. Em alguns noticiários do Sul, pudemos registrar o aparecimento de sucuris flagradas de forma inusitadas pelas pessoas, e que terminaram viralizando nas redes sociais.

Assim, como forma de fazer uma reflexão sobre o meio ambiente, e as mudanças que nós, seres humanos fazemos ao entorno, é preciso destacar que ações geram consequências para todos. A conscientização das pessoas sobre a manutenção dos habitats deve ser cada vez mais intensa e levada com seriedade por todos na sociedade.

Mesmo longe de seu habitat natural, chegando até cidades do Extremo Oeste de Santa Catarina, os registros de sucuris gigantes e outros animais silvestres, hoje podem ser considerados como singulares. Porém, com o intenso processo de destruição das matas, esse elemento pode ser cada vez mais “normal”. Em Santa Catarina, precisamente, foram avistadas ano a ano, e noticiadas pelas próprias pessoas em seus lugares de encontro, indo direto para a internet e despertando intensa curiosidade.

​São Miguel do Oeste (2013) – sucuri de três metros é achada já morta em uma gruta

​Balneário Camboriú (2017) – sucuri encontrada permanece em aquário para exposição

​Chapecó (2019) – sucuri gigante flagrada por pescadores

Sobre o autor:
Brunela
Brunela Maria
Brunela Maria é jornalista desde 2011 e formada pelo Centro Universitário IESB, em Brasília. Trabalhou no Notícias do Dia, em Florianópolis e na Record TV Brasília. Atua como repórter no portal ClicSC.
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