A doença da ‘urina preta’, causada pelo consumo de peixes fizeram o Governo do Amazonas determinar que a cidade de Itacoatiara, no interior do Estado, não consuma peixes por até 15 dias. A medida é para evitar a proliferação da rabdomiólise, nome da doença, na região. A determinação é válida para as espécies pirapitinga, pacu e tambaqui, que podem estar associadas ao aumento de casos de “urina preta” no município, que fica a 176 quilômetros da capital Manaus.
Desde 1º de agosto, a FVS (Fundação de Vigilância e Saúde do Amazonas) registrou 52 casos de urina preta em todo o Estado. São 36 casos em Itacoatiara, 2 em Manaus, 1 em Autazes, 1 em Caapiranga, 4 em Silves, 3 em Parintins, 4 em Borba e 1 em Maués. Uma pessoa morreu por conta da doença. A vítima morava em Itacoatiara.
Conforme a Fundação, o pescado com origem de criadores em tanques de piscicultura não está associado aos casos da doença, além de outras espécies de peixes encontrados nas bacias de rios e lagos da região. O Governo do Amazonas mandou comitiva formada por especialistas que para Itacoatiara na quinta-feira (02). O objetivo é investigar a fundo possíveis causas e formas de combater o surto de rabdomiólise, detectado recentemente.
A Síndrome de Haff, como também é chamada, é causada pela ingestão de peixes e crustáceos malconservados. A doença é rara e causada por uma toxina, que provoca lesão nos músculos – a chamada de rabdomiólise. Por conta da lesão, ocorre a liberação da proteína mioglobina que sobrecarrega os rins.
Os sintomas mais comuns da doença são: dores no corpo, dificuldade para andar, dormência no corpo, e alteração da cor e quantidade da urina. Os efeitos da ingestão da toxina aparecem de duas a 24 horas após a alimentação.