Vereador abre caixão que estava lacrado e faz vídeo para dizer morte de idoso não era Covid-19
O Presidente da Câmara Municipal de Santa Bárbara do Leste, Altair Nunes Ferreira (MDB), disse que o comportamento do vereador é suficiente para uma CPI, considerando o descumprimento das medidas.
Um vereador do Partido dos Trabalhadores gravou um vídeo no fim de semana, em Santa Bárbara do Leste, onde abre um caixão que estava lacrado para mostrar que o idoso que estava dentro do caixão não teria a morte declarada com Covid-19. O vídeo teve ampla repercussão nas redes no último fim de semana. O vereador William Faria (PT), diz na gravação: “Isso aqui não é Covid-19. Isso é financeiro. Onde tem Covid aqui? Cadê a coroa de flores para ele? Ele tem noventa e dois anos, para ser enterrado ‘desse tipo’ aqui”.
Atualmente a Polícia Civil do município investiga o vereador por crime de Infração de Medida Sanitária Preventiva (Art. 268 do Código Penal). O caixão lacrado é pelo fato de o falecido ter tido sintomas da Covid-19, e segundo determinações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, esses mortos devem ter restrições para evitar contaminação.
A reivindicação foi pois o morto teria morrido por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), e não por Covid-19, mas teve o caixão lacrado, seguindo os procedimentos exigidos. O vereador, no vídeo, ressalta que a necessidade é pelo “respeito ao cidadão”, que não teria tido direito a um velório digno com sua família.
O Presidente da Câmara Municipal de Santa Bárbara do Leste, Altair Nunes Ferreira (MDB), disse que o comportamento do vereador é suficiente para uma CPI, considerando o descumprimento das medidas.
“A Câmera esclarece que a conduta do vereador será investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito [CPI], tão logo o processo seja concluído, daremos maiores informações sobre este lamentável evento”, disse o chefe do legislativo, em sessão nesta segunda-feira (26).
A SRAG, contudo, é uma síndrome que ocorre por lesão pulmonar, podendo ser ocasionada pela Covid-19 ou outras doenças que atingem o sistema respiratório. Pela pandemia, a qualquer paciente de SRAG tende a ser tratado como suspeito em potencial, já que a Covid-19, nos casos mais graves, tem a dificuldade de respiração como sintoma evidente. Assim, ainda deve ser feito um teste RT-PCR para descobrir se, mesmo após a morte, tratava-se de um caso da Covid-19.
Fonte: ND+
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Redação ClicSC
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