Deputado questionou o Estado que afirma não ter R$ 3,5 milhões para compra de equipamento para a Oncologia mas que gastou em 2016 três vezes mais para manter ADR de São Miguel e R$ 450 milhões com todas as Agências Regionais de Santa Catarina.
Causou indignação ao deputado Mauricio Eskudlark (PR), o comunicado do Governo do Estado de que o setor de Oncologia do Hospital Regional do Extremo Oeste – Terezinha Gaio Basso não está em funcionamento pois, segundo resposta ao pedido de informação encaminhado pelo parlamentar, a saúde do estado não possui R$ 3,5 milhões para a compra dos equipamentos necessários para o início das atividades.
No dia 03 de abril deste ano, no Hospital Regional, foi convocada uma coletiva de imprensa onde o superintendente de Gestão e Planejamento do Sistema Único de Saúde, Adriano Ribeiro, acompanhado de lideranças regionais e estaduais afirmou que no segundo semestre de 2017 teriam início os atendimentos, porém dificilmente a promessa será cumprida.
O deputado lamentou a situação e pediu que o Governo do Estado reveja suas prioridades. “Não é possível que continue se investindo na ponte Hercílio Luz, ou que milhões sejam gastos com as Agências de Desenvolvimento Regional (ADR) enquanto nossa população sofre dentro de ambulâncias e carros, tendo que se deslocar centenas de quilômetros para fazer um tratamento que poderia ter perto de casa”, disse.
Eskudlark lembrou que em 2016, segundo dados do portal da transparência, foram gastos mais de R$ 440 milhões com as ADR´s no estado e citou como exemplo a ADR de São Miguel do Oeste, que no mesmo ano teve um gasto com pessoal, encargos e outras despesas de mais de R$ 10 milhões. “Só com o dinheiro gasto com a SDR de São Miguel do Oeste teríamos recursos para a compra dos equipamentos e manutenção por um bom tempo de nossa Oncologia, se pegarmos o valor gasto no Estado poderíamos zerar o déficit financeiro da saúde”, explica.
O parlamentar pediu compreensão dos responsáveis para que seja revista essa posição e que se busque os recursos necessários para a implantação do setor de forma urgente. “Os pacientes, família, amigos sofrem juntos, a implantação da oncologia facilitaria a vida das pessoas de todo o grande Oeste, pois deixaria cerca de 900 vagas aos pacientes da região de Chapecó, dando um melhor atendimento lá, e consequentemente maior conforto e cuidado com os pacientes que fossem atendidos em São Miguel do Oeste”, conclui.
Atendimento
Quando o setor de Oncologia do Hospital Regional do Extremo Oeste entrar em funcionamento o hospital deverá ofertar atendimentos em quimioterapia e cirurgia oncológica, podendo realizar 650 cirurgias e 5,3 mil sessões de quimioterapia por ano, além 500 consultas oncológicas por mês e diversos exames especializados.