Em poucos dias, dois homens homossexuais foram assassinados de forma parecida na cidade de Curitiba, capital do Paraná. Ambos moravam sozinhos e foram encontrados amarrados, com sinais de tortura e sufocamento em seus apartamentos. Por conta das semelhanças entres os assassinatos, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de crime de ódio cometido pela mesma pessoa.
O estudante de medicina Marcos Vinício Bozzana da Fonseca, de 25 anos, foi encontrado morto no dia 05 de maio. Já o enfermeiro David Levísio, de 30 anos, foi encontrado morto no dia 30 de abril. O corpo de Marcos foi encontrado coberto com uma manta e tinha sinais de tortura e asfixia. David foi encontrado com as mãos amarradas de bruços e com sinais de violência.
A apuração dos crimes indica que o autor ou autores conheceram as vítimas por meio de aplicativos de relacionamento, com encontros em seus apartamentos. As forças de segurança suspeitam de que o mesmo homem tenha marcado os encontros e assassinado as duas vítimas.
Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI+, comenta que a orientação sexual foi fundamental para os assassinatos. Há certa comprovação de que foi crime de lgbtfobia pelo nível de crueldade como as vítimas foram atacadas e pelas conversas tidas pelos aplicativos às quais a polícia teve acesso”.
O presidente da Aliança vê relação desses crimes com outras duas mortes recentes de homossexuais: a do jovem militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) Lindolfo Kosmaski, de 25 anos, em São João do Triunfo, também no Paraná, e a do professor universitário Robson Paim, de 36 anos, em Abelardo, Santa Catarina.
Lindolfo foi achado morto no carro dele, no dia 1 de maio, à margem de uma rodovia. “Foi assassinado de forma cruel, com indícios de disparos de tiros e seu corpo carbonizado. Nosso companheiro é mais uma vítima de um crime de ódio por ser LGBT assumido”, disse, em nota, o MST.
Já o professor Paim foi encontrado morto no dia 17 de abril, em um dos quartos da casa em que morava. Ele teve o carro roubado pelo autor do crime, o que levou a polícia a registrar o caso como de latrocínio. O veículo foi achado dias depois em Almirante Tamandaré, a 15 km de Curitiba.
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que os casos estão sendo investigados pela 3a Delegacia da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba. Informações sobre o andamento da apuração não são divulgadas para não prejudicar na investigação.