O PSL de Santa Catarina aplicou sete meses de suspensão das atividades partidárias dos quatro deputados estaduais que fazem oposição ao governador Carlos Moisés (PSL). Os deputados Felipe Estevão, Jessé Lopes, Ana Campagnollo e Sargento Lima ficarão impedidos de atuar em nome do partido na Alesc, o que inclui a participação em comissões, inclusive a CPI dos Respiradores, da qual Lima é presidente e Estevão, integrante.
O grupo conhecido como “ala bolsonarista” do partido em Santa Catarina está em rota de colisão com Moisés desde o ano passado, quando decisões tomadas pelo governador entraram em desacordo com decisões de Jair Bolsonaro. Na época, Ana Campagnollo e Jessé Lopes criticaram o governador nas redes sociais, o que levou a abertura de processos disciplinares dentro do partido. Lima e Estevão foram incluídos nos processos mais tarde.
A decisão de suspensão dos quatro deputados foi divulgada na noite desta segunda-feira (18). Já na madrugada de terça, Lima manifestou-se em rede social. “Justamente neste momento, em meio a essa crise, o PSL de Santa Catarina interpretou que seria uma emergência afastar estes deputados das suas atividades. O que me causa maior surpresa ainda é que o secretário-geral do partido, o senhor Douglas Borba, ex-chefe da Casa Civil, é uma das principais figuras em todo o processo que é objeto de estudo da CPI”, comentou. Douglas Borba foi afastado da secretaria-geral do partido no dia 08 de maio.
O advogado de Sargento Lima, Marcelo Pontual diz que a decisão do PSL-SC é uma tentativa de “obstrução de Justiça” e que recorrerá ao PSL nacional. A Assembleia Legislativa ainda precisa ser comunicada da decisão partidária – não há na história recente do parlamento catarinense episódio de suspensão de atividades partidárias de deputado estadual por decisão da legenda.