A compra de 200 respiradores com pagamento de R$ 33 milhões adiantado fez a segunda vítima no primeiro escalão do Governo do Estado. Douglas Borba deixou a Casa Civil na manhã deste domingo. A saída foi anunciada um dia depois de operação policial confirmar fraude na aquisião dos equipamentos. Ele infomou que deixa o cargo para se dedicar a defesa.
Santa Catarina gastou R$ 33 milhões sem que nenhum dos equipamentos fosse entregue. Na manhã de sábado (9), uma força-tarefa cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Santa Catarina e Rio de Janeiro. Foram locazidados R$ 300 mil em dinheiro em um imóvel pertencente ao dono da Veigamed e bloqueados R$ 11 milhões em um conta bancária dos envolvidos pela compra dos respiradores.
Segundo a Polícia Civil houve corrupção de agentes públicos, falsidade ideológica em documentos oficiais, criação de empresas de fachada administradas por interpostas pessoas e lavagem de dinheiro. O presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Adircélio de Moraes Ferreira Júnior afirmou em entrevista coletiva que a “empresa não tinha capacidade para realizar a operação”.Segundo Ardicélio, as investigações da força-tarefa formada pelo MP (Ministério Público), TCE-SC (Tribunal de Contas de Santa Catarina) e a Polícia Civil, apontam uma série de irregularidades no processo de compra.
Em meio a operção, o secretário da Casa Civil, Douglas Borba, foi até a Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais), em São José, na Grande Florianópolis, o ex-secretário foi prestar depoimento sobre a Operação Oxigênio, que investiga a compra de respiradores pelo valor de R$ 33 milhões. Ele ficou no local até às 11h.
Nota oficial
Após uma longa conversa com o governador Carlos Moisés na manhã deste domingo, 10, o secretário Douglas Borba apresentou o pedido de exoneração do cargo de chefe da Casa Civil do Governo do Estado de Santa Catarina. No pedido, explica que o afastamento é necessário para que possa cuidar de sua defesa e seguir colaborando espontaneamente com as investigações em função de seu nome ter sido citado no processo de compra de respiradores pela Secretaria de Estado da Saúde.
Ele também reforça que sua saída visa evitar prejuízos à imagem do Governo, que lamentavelmente passa por instabilidade política em meio a uma pandemia mundial com desafios de saúde pública sem precedentes, quando a prioridade máxima da Administração Pública Estadual está voltada a salvar e proteger vidas.
Borba agradece aos servidores da Casa Civil e dos órgãos vinculados à secretaria, além de todos os colegas membros do primeiro escalão pela convivência harmônica e pela construção de um governo ético, dinâmico e inovador.
Por fim, faz um agradecimento especial ao governador Carlos Moisés pela oportunidade e confiança depositada em todos os momentos.