Artesanatos cheios de história da cultura manezinha, que você pode encontrar em diferentes pontos da cidade.
No tilintar dos pequenos bastões de madeira está o som de uma tradição sendo literalmente traçada. Da mesma forma que eles tensionam as linhas para que essas se entrelacem, o barulho agradável daquele momento forma uma arte que vai além do visual. A renda de bilro é uma atividade de muitos sentidos que se firma em cada um dos pontos de tecido para resistir ao tempo.
No Mercado Público, no Centro de Florianópolis, é possível encontrar essas peças que carregam um toque tão florianopolitano. Outros lugares com artesanatos de característica mais açoriana, como Lagoa da Conceição, Santo Antônio de Lisboa e Ribeirão da Ilha, também tem seus locais de compra da renda de bilro. Da tradicional renda branca às variações mais modernas e coloridas, a renda vai se adentrando além das peças de decoração e ganha espaço na moda local, um toque de modernidade que vale a pena levar consigo.
Seja em sua forma mais antiga ou nova, ao olhar com atenção para uma peça de renda de bilro pronta é possível ver a humanidade do processo artesanal em seus detalhes. As pequenas imperfeições que formam o todo perfeito é o que faz daquilo arte e ao conhecer o processo de confecção, isso ganha ainda mais valor. Os montes de alfinetes espetados na almofada e na matriz de papel cartão lembram até um jogo de tabuleiro, quase um jogo de damas.
De fato, é uma tradição mantida por mulheres, especialmente senhoras, e aquele momento de comunhão se torna um evento. As tradicionais rodas de renda são um momento de encontro, de colocar os assuntos em dia, inteirar-se sobre os acontecimentos da comunidade e, principalmente, de socializar. Talvez seja o momento – junto com uma roda de pesca – em que se encontre as conversas com sotaque manezinho mais carregado, quase indecifrável para a maioria das pessoas.
A roda de renda também se faz a partir da gama de sons emblemáticos. Os bilros, nome dos bastões de madeira que tensionam a linha, formam um som relaxante que soa como uma base percussiva para a cantoria das rendeiras com as ratoeiras – versos açorianos típicos cantados em formas de prosa. Vozes ásperas e trêmulas que perderam a estabilidade com o passar dos anos contrastam com a habilidade das mãos que se mantêm firmes para traçar os pontos da arte que vai sair delas.
Ao conhecer todo esse processo, a renda ganha muito mais valor e significado. E, quando se tem ciência disso, olhar a decoração de uma mesa de centro ou o adereço que compõe uma roupa, faz-nos ver muito mais que uma bela peça, mas também ouvir seus sons, sentir sua textura e lembrar que ela traz consigo a história de todo um povo.
Karoline Moura é formada em Design pela PUC PR, Social Media e Copywriting de ecoturismo, atua tanto em empresas de viagens e turismo, como editora no portal ClicSC.
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