Morreu vítima da Covid-19, no dia 3 de março, um morador de Santa Catarina, que precisava de ECMO (Extracorporeal Membrane Oxigenation), mesmo tratamento realizado no ator Paulo Gustavo. Marcos Drumm, de 38 anos, de Chapecó, estava internado no Hospital Regional Alto Vale, na cidade de Rio do Sul, com 90% do pulmão comprometido e não resistiu.
A família ganhou judicialmente o direito de receber o tratamento gratuito, já que não é oferecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas ele não recebeu acesso ao aparelho em tempo hábil. Na luta contra o tempo, familiares realizaram até uma “vakinha online” para arrecadar a quantia de R$ 200 mil para transferir Marcos para um hospital particular que oferecesse o tratamento, mas não conseguiram a tempo.
Conforme o advogado da família, Marcos Cristiano Alberti, o Ministério Público ingressou com uma ação civil pública contra o Estado de Santa Catarina no dia 20 de fevereiro. “No mesmo dia o juiz determinou que o Estado fornecesse o equipamento ou pagasse o tratamento em hospital particular no prazo de 48 horas da intimação”, explicou. Segundo o advogado, poucos hospitais particulares têm o aparelho em Santa Catarina e, inicialmente, a ideia da família, era transferir Marcos para Porto Alegre (RS), uma vez que lá também havia aparelho disponível.
“O Estado justificou que estava correndo atrás dos trâmites burocráticos, edital, licitação, empenho e assim por diante. Desculpas e mais desculpas para não cumprir. Dando a entender que o equipamento somente seria entregue após todos os trâmites burocráticos”, acrescentou Alberti. Os custos desse tratamento são muito elevados. Ficam em média de R$ 30 mil à R$ 50 mil por dia. O aparelho funciona como um pulmão artificial ajudando a fazer a oxigenação do sangue.