A Marinha brasileira monitorou durante uma semana um navio russo de pesquisa e inteligência suspeito de espionagem na Europa e nos Estados Unidos. O sinal de alerta foi aceso no último dia 10, quando o Centro Integrado de Segurança Marítima do Rio de Janeiro detectou o Yantar, uma embarcação de tecnologia avançada de sensores, dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil. Logo após um primeiro contato, o navio sumiu do monitoramento, levantando a hipótese de que o equipamento AIS, que permite a localização, tenha sido desligado.
Uma operação de patrulha do navio foi imediatamente desencadeada. No fim da tarde do último domingo (16/02/2020), um helicóptero da Marinha e um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) localizaram a embarcação a 50 milhas (80 quilômetros) das praias do Rio.
Na primeira abordagem, a tripulação russa não atendeu às chamadas. Depois, deu resposta evasiva quando perguntada sobre o trabalho que realizava. O barco, nesse momento, já estava próximo ao litoral fluminense, em área de cabos submarinos de internet, atracando na noite do dia 18 no porto do Rio, onde deve ficar até o fim de semana.
Um militar consultado pelo Estado disse que o desligamento do sistema de identificação pelo navio pode envolver tentativas de espionagem ou procedimentos fora da normalidade. Para ele, a navegação do Yantar pela costa brasileira não era ilegal, mas o “desaparecimento” por seis dias foi considerado estranho.
O que mais intrigou as autoridades náuticas foi o fato de a embarcação, que vinha do Uruguai, “reaparecer” perto dos cabos submarinos de comunicação que ligam o Brasil a outros países, após ficar por quase uma semana com o aparelho identificador desligado.
A Embaixada da Rússia no Brasil não se manifestou nessa quinta-feira (20/02/2020) sobre a presença do Yantar em águas brasileiras. A Marinha brasileira, por sua vez, informou que não levanta suspeitas. Disse ainda que, na condição de responsável pelo controle do tráfego marítimo, adota procedimentos previstos em normas internacionais de navegação a serem cumpridas pelas autoridades marítimas.
As informações são do portal Metrópoles