A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou nesta quinta-feira (12) a operação “Toxicoloko”, que investigou fraudes na renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), concedida a motoristas com histórico de roubo de cargas e uso de entorpecentes.
A ação foi realizada por meio da Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DFRC/DEIC), cumprindo dez mandados de busca e apreensão nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
As carteiras de habilitação obtidas de forma fraudulenta foram apreendidas, bem como computadores, telefones, amostras de material biológico, documentos, arma de fogo e munições.
Um homem foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo em Brusque, no Vale do Itajaí. Outros mandados foram cumpridos nos municípios de São João Batista, Diadema (SP) e Rio Branco (PR).
A Polícia Civil apurou que motoristas envolvidos em furtos e roubos de carga e que eram usuários de substâncias entorpecentes, inclusive alguns internados em clínicas de recuperação para dependentes químicos, estavam conseguindo renovar a CNH. Os motoristas estavam conseguindo passar pelo exame toxicológico, obtendo resultados negativos para o uso dessas substâncias.
Alguns motoristas confessaram que substituíram o material biológico submetido aos testes para obterem sucesso na renovação. Eles confessaram ainda que sequer teriam comparecido ao ponto de coleta.
Um grupo criminoso do Paraná era responsável por aliciar esses motoristas, que, em seguida, eram direcionados para um Centro de Formação de Condutores (CFC) com sede na cidade de Brusque e filial em São João Batista.
A situação seguia no CFC com o uso de declarações de residência falsas para obter renovação da CNH com laudos toxicológicos fraudados e mudança de categoria.
A Polícia Civil segue com as investigações e o material apreendido passará por análise e perícia para que seja possível responsabilizar criminalmente todos os envolvidos.
Além disso, a Polícia Civil vai requerer medidas administrativas em relação ao Centro de Formação de Condutores, ao laboratório e aos motoristas que obtiveram as CNHs de maneira fraudulenta e criminosa.
O delegado Osnei Valdir de Oliveira, titular da DFRC/DEIC, destaca o risco que esses motoristas representam, por serem responsáveis por conduzir veículos de grande porte e com cargas pesadas sob efeito de drogas, o que pode resultar em grandes tragédias.
A operação contou com o apoio de outras delegacias da DEIC, da DIC, da DFR e do CIRETRAN de Brusque, assim como da Polícia Civil de São Paulo.