Preocupado em ser responsabilizado caso a economia entre em declínio no país, o presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta sexta-feira (20), que é contra o fechamento de comércios no Brasil, decreto feito pela maioria dos governadores. A medida é uma forma de combate a expansão do coronavírus. O presidente também afirmou que, com comércios fechados, poderia haver desabastecimento e má alimentação da população, que ficaria mais suscetível a morrer com a covid-19.
“Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas”, afirmou ele em Brasília. “Não compete a eles fechar aeroporto, fechar rodovias, shopping, feiras dos Nordestinos no Rio de Janeiro. O comércio para e o pessoal não tem o que comer. O vírus, em alguns casos, mata, sim. Mas muitos mortos serão sem comida. A pessoa com uma alimentação deficitária é muito mais propensa, ao pegar o vírus, a complicar sua situação sanitária, levando até a óbito. Então, o remédio tem que ser proporcional. Senão, mata. Se qualquer um tomar remédio demais vira veneno.” O presidente avaliou que, como há lojas de alimentação dentro dos shoppings centers a situação é “complexa”. “O pessoal vai jogar fora essa comida? Gente vai deixar de se alimentar. O negócio é complexo. A economia está parando”, diz Bolsonaro.
O presidente disse que poderia ser responsabilizado pela economia ruim. “Vocês vão querer jogar a responsabilidade em cima de mim. A economia está parando. Estão tomando medidas, a meu ver, exageradas.” Bolsonaro criticou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), seu ex aliado e hoje adversário político. “Fechar aeroporto… não compete a eles. A Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] está à disposição a todo mundo para conversar”, iniciou. “Vi ontem o decreto do governador do Rio que, confesso, fiquei preocupado. Parece que o Rio de Janeiro é outro país. Não é outro país. É uma federação.