Redução das mortes por HIV é registrada em Santa Catarina

Nos últimos dez anos, houve uma diminuição de 30,7% na taxa de mortalidade por HIV/AIDS no estado, reduzindo de 6,5 para 4,5 óbitos a cada 100 mil habitantes. Este progresso, celebrado pela comunidade de saúde, revela nuances cruciais sobre o diagnóstico e tratamento da doença na região.

Apesar dessa melhora, especialistas em infectologia estão atentos à necessidade de cautela. Florianópolis ainda registra altas taxas de detecção da doença, enquanto os municípios menores enfrentam obstáculos específicos. O acesso ao tratamento nessas áreas remotas é um desses desafios, especialmente em locais como Santiago do Sul, o menor município do estado, onde unidades de saúde são limitadas.

Por outro lado, avanços na prevenção são notáveis. Atualmente, todas as Unidades de Saúde em Santa Catarina oferecem a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), um método em que indivíduos tomam medicamentos antes da exposição ao vírus do HIV. Embora não seja eficaz contra outras infecções sexualmente transmissíveis, o uso da PrEP em conjunto com preservativos oferece uma proteção mais abrangente.

Um ponto crítico é a alta taxa de gestantes infectadas pelo HIV em Florianópolis, a segunda maior do país. A testagem precoce é crucial, pois identificar a doença nos estágios iniciais da gravidez facilita o tratamento. O desafio real está na detecção tardia, que complica o tratamento durante a gestação.

Letícia de Assis, ativista engajada, destaca a falta de campanhas claras de prevenção e combate ao HIV, principalmente direcionadas aos jovens. Ela ressalta a necessidade de tornar mais acessíveis informações sobre métodos como PrEP e PEP (Profilaxia Pós-Exposição), além de abordar a não transmissão do vírus por indivíduos em tratamento.

Compreender a PrEP é essencial: trata-se do uso regular de antirretrovirais por pessoas não infectadas com HIV, mas em alto risco de contrair o vírus. Enquanto a PEP é uma estratégia para quem foi exposto ao vírus, envolvendo o uso de medicamentos por um curto período para evitar a infecção.

Informação, educação sobre práticas sexuais seguras e adaptação das estratégias de prevenção são pilares fundamentais na abordagem combinada para conter a disseminação do HIV. Essa abordagem holística considera a diversidade de situações e comportamentos, adaptando-se às necessidades específicas de diversas populações e comunidades.