A Robert Half, consultoria global de soluções em talentos, acaba de lançar a 23ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), estudo trimestral que monitora o sentimento dos profissionais qualificados (a partir dos 25 anos e graduação completa) com relação ao mercado de trabalho e à economia.
Na primeira edição de 2023, o indicador consolidado para a situação atual apontou pessimismo, regredindo de 41,7 pontos para 35,7 e registrando taxa similar ao primeiro trimestre de 2022. Já na avaliação do futuro próximo, a pesquisa revelou estabilidade na confiança, mas ainda do lado pessimista.
Confiança dos profissionais no mercado de trabalho — consolidado (em pontos)
“As incertezas com relação às decisões políticas-econômicas do novo governo ainda têm deixado o mercado em compasso de espera. São pontos que influenciam diretamente a tomada de decisão das empresas e a segurança da população. Além disso, o panorama internacional também indefinido, com perspectivas de recessão em diversos países e inflação em níveis mais altos, colabora para o cenário mais pessimista”, explica Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.
O ICRH abrange três categorias: profissionais empregados, profissionais desempregados e recrutadores. A análise do contexto atual piorou na perspectiva de todas as categorias analisadas. No entanto, em uma projeção dos próximos seis meses, recrutadores e profissionais empregados apresentaram redução no pessimismo. Os desempregados, por sua vez, perderam confiança pelo 2º trimestre consecutivo.
Confiança dos recrutadores no mercado de trabalho
Ao analisar a situação econômica hoje, 61% dos recrutadores consideram que ela é ruim e 38% não acreditam em alguma mudança de cenário no futuro próximo. Por outro lado, 25% esperam uma melhora nos próximos seis meses.
De acordo com a pesquisa, os principais motivos para a insegurança dos recrutadores são:
Imprevisibilidade econômica
Projetos parados
Salários pouco competitivos
Baixa previsão de abertura de novas vagas
Receio de perder profissionais-chave para outras empresas
Para aqueles que olham a situação com mais otimismo, as razões são:
Expectativa de estabilidade econômica
Queda nas taxas de desemprego
Confiança no preenchimento das posições em aberto
Expectativa de abertura de novas vagas
Desengavetamento de alguns projetos
“Chama atenção que, na avaliação dos próximos seis meses, o pessimismo entre os recrutadores tenha diminuído do último trimestre para este. De modo geral, isso indica existir, por parte das empresas, a esperança e a expectativa de certa estabilidade econômica para a implementação de novos projetos, assim como mais confiança para o preenchimento de posições pendentes, já que por mais que o sentimento de incerteza possa brecar a abertura de novas vagas, ele não elimina a necessidade de preencher cadeiras estratégicas que sigam em aberto”, reforça Mantovani.
Taxas de desemprego em queda
De acordo com resultados da PNAD, a taxa de desemprego dos profissionais qualificados da região sul foi de apenas 1,9% no 4º trimestre de 2022. O indicador nacional atingiu 3,9% neste mesmo período. Ambas as taxas são as mais baixas desde 2015 e se aproximam do que economistas chamam de pleno emprego. Na prática, isso significa que a oferta de candidatos aderentes e disponíveis no mercado é extremamente limitada, pois grande parte dos bons talentos está empregada e são cada vez mais disputados.
“Nesse contexto, profissionais atentos às exigências das organizações tendem a conquistar mais oportunidades de emprego e melhores condições de trabalho. A fluência em um segundo idioma, por exemplo, ainda representa um forte gap de qualificação na região”, comenta Julio Izaga, executivo de vendas da Robert Half em Florianópolis.
Desafios de atração e retenção
Segundo o estudo, 76% dos recrutadores estão com dificuldades para contratar profissionais qualificados. Entre os entrevistados, 69% sinalizam que o cenário não deve mudar nos próximos seis meses, enquanto 20% acreditam que ele será ainda mais desafiador.
“A busca por qualidade de vida leva profissionais qualificados de grandes centros a Florianópolis. No entanto, para atrair essas pessoas, o grande desafio das empresas da região é que elas topem um trabalho 100% presencial. Aqui, flexibilidade é palavra-chave para a atração e retenção de talentos”, completa Izaga.
Mesmo com postura mais cautelosa, 18% das empresas projetam que nos próximos meses a intenção de contratar será mais alta do que atualmente. Hoje, 16% manifestam que a intenção é alta.
“Deixo como alerta que, na ausência de planejamento estratégico na contratação, a escassez de profissionais tende a afetar negativamente o crescimento e o sucesso a longo prazo, uma vez que a falta de mão de obra qualificada limita a capacidade de inovação e expansão dos negócios. Para se manter atrativas e competitivas, as companhias devem investir no estabelecimento de políticas claras de trabalho, transparência das lideranças, oportunidades de crescimento, além de pacotes de benefícios e remuneração condizentes com as médias praticadas no mercado”, finaliza o diretor-geral da Robert Half.
Metodologia do ICRH — Lançado em agosto de 2017, o Índice de Confiança Robert Half (ICRH) é um indicador de difusão que varia de 0 a 100. Os indicadores de difusão são de base móvel (50 pontos), construídos de forma que os valores acima de 50 pontos indicam agentes do mercado de trabalho de profissionais qualificados confiantes.
A 23ª edição do ICRH é resultado de uma sondagem conduzida pela Robert Half ao longo do mês de fevereiro, com base na percepção de 1.161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas, ou que têm participação no preenchimento das vagas); profissionais qualificados empregados; e profissionais qualificados desempregados (com 25 anos ou mais e formação superior).
Sobre a Robert Half
É a primeira e maior empresa de soluções em talentos no mundo. Fundada em 1948, a empresa opera no Brasil selecionando profissionais permanentes e para projetos especializados nas áreas de finanças, contabilidade, mercado financeiro, seguros, engenharia, tecnologia, jurídico, recursos humanos, marketing e vendas e cargos de alta gestão. Com presença global e atuação na América do Norte, Europa, Ásia, América do Sul e Oceania, a Robert Half aparece em listas das empresas mais admiradas do mundo. A Robert Half é reconhecida, também, por seu compromisso de promover a igualdade e proporcionar uma cultura que apoia a diversidade.
Com quatro sócios à frente da operação, a plataforma é o primeiro “Free Label” do mercado brasileiro, ou seja, um cartão sem bandeiras (como Visa e Mastercard), que dispensa rede de adquirência e tem abrangência nacional
Antes restrito apenas a um biotipo, atualmente o mercado de modelos conta com perfis diversos, fugindo dos estereótipos padrões, para atender todos os tipos de campanhas