Três tartarugas-verdes (Chelonia mydas) foram encontradas mortas na Praia do Gravatá, em Florianópolis. Duas delas foram descartadas na vegetação de restinga e apresentavam marcas sugestivas de interação com equipamentos de pesca. A terceira estava na água, atrás da linha de arrebentação das ondas. As informações são da ONG R3 Animal, de Florianópolis e foram divulgadas nesta terça (04). Os animais foram encontrados na última quarta-feira.
De acordo com a técnica de monitoramento Ingridy Severino, que atendeu a ocorrência, as tartarugas que estavam na restinga “apresentavam marcas sugestivas de emalhe em redes de pesca nas nadadeiras peitorais e em uma delas também havia marcas nas nadadeiras posteriores e no pescoço”.
As tartarugas em terra foram resgatadas e levadas para Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal), onde passaram pelo exame necroscópico.
“Os dois animais eram machos juvenis e estavam aparentemente saudáveis. Havia conteúdo alimentar no trato gastrointestinal e ausência de lixo. Porém, com marcas de interação com petrechos de pesca”, informa a médica veterinária Marzia Antonelli.
A pesca incidental, chamada bycacth, é bastante comum e ocorre quando animais marinhos, mesmo não sendo alvo da pesca, acabam sendo capturados de forma não intencional. A tartaruga-verde ocorre em mares tropicais e subtropicais, em águas costeiras, ilhas e baías. Sua alimentação varia conforme o ciclo de vida: enquanto filhote é uma espécie onívora com tendências carnívoras, tornando-se basicamente herbívora.
Podem atingir mais de 140 centímetros de comprimento e pesar cerca de 160 quilos, e podem viver mais de 80 anos na natureza. No Brasil, elas desovam nas Ilhas oceânicas de Trindade, Reserva Biológica do Atol das Rocas e Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. É considerada em perigo de extinção.