O vereador Lucas Gotardo, através de seu gabinete, expediu nota nesta segunda-feira (9), manifestando contrariedade pela omissão do prefeito Fabrício de Oliveira em relação à sua cobrança pelas propostas apresentadas pelo seu plano de governo que não saíram do papel.
Lucas Gotardo foi eleito pelo mesmo partido de Fabrício, o PSB, mas deve anunciar a qualquer momento sua filiação oficial no Partido Novo.
Publicamos na íntegra a manifestado do vereador Gotardo:
“No dia 28 de fevereiro, a administração de Balneário Camboriú completou um ano ignorando o direito do contribuinte de Balneário Camboriú a ter acesso à informação sobre as promessas de campanha. Há um ano eu propus uma fiscalização, através de pedidos de informação específicos sobre o plano de governo.
Nesta ação eu fui apenas o porta-voz, cumprindo uma das prerrogativas do cargo de vereador eleito, pago e cobrado constantemente pela população. Porém, sabia das consequências que enfrentaria quando dei início a uma fiscalização tão espinhosa, afinal, eu mesmo fui um dos que defendeu o programa de governo das Novas Ideias.
Porém, como parlamentar mais jovem desta legislatura, prometi ser transparente e com o compromisso pessoal de não ir contra os meus princípios. E isso inclui não me calar.
Aproveito para reiterar aqui a importância do Pedido de Informação, um instrumento legal, previsto na Lei Orgânica. Essa lei funciona como uma espécie de constituição do município e estabelece regras, seguidamente negligenciadas pelo Poder Executivo, em um silêncio perturbador e criminoso.
Numa tentativa de desconstrução orquestrada, minha postura foi atacada de diversas formas. Fui criticado em artigos imparciais, vídeos de mau gosto e cheguei a ser chamado de traidor por alguns fanáticos. Deveria então eu apenas ficar calado, mesmo com um governo que ignora seus vereadores e por consequência, ignora seu próprio povo?
Enfrentamos um movimento perigoso. Não foram apenas os pedidos de informação do plano de governo, que não tiveram respostas. E não foram apenas os meus requerimentos que não tiveram retorno do Executivo. O modus operandi da administração municipal de ignorar e tentar desqualificar o trabalho de quem a questiona, coloca em xeque e exterioriza a complexa relação entre os poderes.
No entanto, tenho convicção, que está com os dias contados a relação promíscua estabelecida entre poderes por meio de troca de apoio por cargos. As pessoas estão atentas e críticas.
Quem ficar parado no tempo, agarrado às práticas da velha política ou melhor, da política ruim, enfrentará numa hora ou outra, as consequências internas e externas de tratar o contribuinte como um simples meio para projetos de carreirismo político.
Eu, por outro lado, continuo na contramão do cabresto e sigo aguardando as respostas para compartilhá-las”.