A crise na aliança da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e novas notícias sobre o coronavírus mantém o dólar em forte alta nesta segunda-feira (9) e obrigaram a paralisação das negociações na Bolsa de Valores de São Paulo, onde houve queda nos negócios de 10%. O governo reagiu, vendendo US$ 3 bilhões em um leilão à vista, o que não foi suficiente para conter a queda.
Segundo Mauriciano Cavalcante, diretor da Ourominas, o BC precisa vir com um oferta bem maior à vista, de pelo menos US$ 10 bilhões, com vendas graduais para tentar conter a volatilidade do dólar. Em Entrevista ao portal do jornal O Estado de São Paulo, ele disse que o valor gasto pelo governo foi insuficiente.
No começo da manhã, o diretor do BC, Bruno Serra, ressaltou que o câmbio passa a funcionar como canal mais relevante de transmissão da política monetária e que a conjuntura permite dispor de todos os instrumentos no volume que entender apropriado para promover o funcionamento do mercado de câmbio. Serra também disse que “é importante reforçar que atual estágio segue recomendando cautela na política monetária”.
Arábia Saudita aumentou no final de semana a produção da commodity e anunciou descontos aos compradores, em retaliação à Rússia que se negou, na semana passada, a fazer um acordo para cortar mais a produção, em meio aos impactos do coronavírus. O Danske Bank prevê que “os choques negativos na demanda, devido à epidemia, e um possível choque de fornecimento de petróleo podem derrubar o Brent para menos que US$ 30”. A expectativa é que outros Bancos Centrais anunciem elevação de estímulos e liquidez nos mercados.