O balanço da Operação Narcos, divulgado nesta quinta-feira (13) pela Polícia Federal mostra a existência de um grupo criminoso muito bem organizado que agia a partir de Santa Catarina, baseado fundamentalmente nas cidades de Itapema e Porto Belo. As duas cidades foram o “ponto focal da operação”, segundo informou o delegado Nelson Luiz Napp, responsável pela investigação.
No estado foram cumpridos 7 dos 17 mandados de prisão expedidos pela justiça. A organização mantinha uma frota de 12 aeronaves de pequeno porte, que fazia uso de aeroportos da região para partir em busca de cocaína na Bolívia e para transporte até os portos catarinenses. Segundo a PF, a vida de luxo de parte dos integrantes, que não tinham nenhuma outra ocupação e movimentação das aeronaves foi o que levantou suspeita para que a operação fosse desencadeada.
As contas bancárias dos integrantes da organização, além de carros de luxo e imóveis estão bloqueados. Os aviões, num total de 12 também foram apreendidos. Eles não apresentavam irregularidades, mas não teriam outro uso se não o transporte de cocaína, numa clara aposta na impunidade.
A Polícia Federal ainda não soube informar a quantidade que o grupo transportou desde 2019, mas em cada uma das viagens da Bolívia para o Brasil, um avião podia trazer mais de 450 quilos de cocaína. O valor faturado também não foi levantado ainda, mas o dinheiro das drogas garantia uma vida de luxos para os integrantes da quadrilha, que inclusive costumavam desfilar em lanchas e marinas da região, participando normalmente da sociedade. Os nomes, no entanto, não foram divulgados. “O grupo havia profissionalizado todas as etapas do processo. Uma parte cuidava do transporte aéreo, outra recebia, outra armazenava e outra cuidava do despacho marítimo”, disse o delegado Nelson Luiz Napp.
Entre os presos, pelo menos dois são pilotos de pequenos aviões. A polícia suspeita que eles tenham buscado a documentação que autoriza pilotar as aeronaves quando já faziam parte da quadrilha.