O delegado Jerônimo Marçal Ferreira, responsável pela investigação da chacina da creche em Saudades, revelou na manhã desta sexta-feira (14), que o pai de Fabiano Kipper Mai, de 18 anos, autor dos crimes, colecionava facas. A informação foi obtida durante interrogatório da família. O pai ainda contou para a Polícia Civil que achou estranho o filho ter comprado uma espada, mas, como era de praxe colecionar esse tipo de armamento, não imaginou que iria realizar uma chacina e nem que planejava tamanha crueldade.
O jovem foi questionado pelos pais sobre o porquê da compra das facas, mas respondeu com uma brincadeira. Segundo o delegado, o pai pensou que o filho tivesse o mesmo gosto pelos objetos de coleção. “O pai tinha o hábito de colecionar facas, tinha em casa várias facas e o raciocínio que ele fez foi esse, que de repente ele passou a gostar de facas também. Mas jamais imaginou que o filho iria usar essa faca para atacar outra pessoa”, acrescenta Ferreira. O atentado brutal deixou cinco pessoas mortas, entre elas três bebês com menos de dois anos e duas educadoras.
Ainda, segundo o delegado, ao iniciar o planejamento do atentado, o jovem tentou por diversas vezes adquirir uma arma de fogo, mas não obteve êxito e por isso comprou as armas brancas pela internet. Ele as recebeu pelos Correios. “Elas chegaram na casa dele cerca de cinco dias antes do ataque. A família chegou a ter contato com elas, mas não sabia do que se tratava”. A definição da chacina foi feita no dia em que as armas chegaram. Conforme Marçal, a ideia era atacar pessoas com quem o autor estudou na escola. Mas como ele não conseguiu obter a arma de fogo, desistiu de enfrentar jovens da mesma faixa etária apenas com as adagas. Por este motivo optou pela creche, com vítimas indefesas. “O ato dele, por si só, já seria covarde, porque foi contra crianças e mulheres que não tinham como se defender, mas mostra que ele foi ainda mais covarde”, apontou o delegado Ferreira.
Tags:
Sobre o autor:
Brunela Maria
Brunela Maria é jornalista desde 2011 e formada pelo Centro Universitário IESB, em Brasília. Trabalhou no Notícias do Dia, em Florianópolis e na Record TV Brasília. Atua como repórter no portal ClicSC.