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Aposentado de SC relembra trabalho prestado na primeira eleição com urna eletrônica

Parizotto se aposentou em 2008, depois de 42 anos de trabalho no PJSC

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As inúmeras fraudes facilitadas pelo uso de cédulas nas eleições realizadas no Brasil, além da dificuldade de apuração dos votos, que tinham de ser conferidos um a um, já aguçavam os dirigentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a utilizar tecnologia nos pleitos. Foi, então, que a necessidade de uma eleição extraordinária no município de Xaxim, no oeste catarinense, apareceu como a oportunidade perfeita para testar algo novo. 

O prefeito de Xaxim, na época, faleceu em um acidente de carro; o vice ocupava cadeira na Assembleia Legislativa de Santa Catarina e não quis deixar o cargo. As urnas eletrônicas estavam prontas. A proximidade pessoal do ministro do TSE Carlos Velloso com o então presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), desembargador Francisco Xavier Medeiros Vieira, possibilitou que a primeira utilização do voto eletrônico acontecesse em solo barriga-verde. A eleição foi marcada para 12 de fevereiro de 1995.  

A orientação do TRE-SC era uma só: “Esta eleição tem que acontecer 100% informatizada.” Foi aí que os juízes eleitorais da comarca – Artur Jenichen Filho e Betina Maria Maresch – convocaram a equipe. Ilario Luiz Parizotto, escrivão judicial na época, tornou-se escrivão eleitoral. No Poder Judiciário de Santa Catarina desde 1969 e acumulando as funções eleitorais desde 1984, não havia nome melhor para o cargo. 

“Aproveitamos para fazer a transição para o novo modelo de título de eleitor. Íamos de Kombi para as mais remotas comunidades. Trabalhávamos, além dos dias da semana, aos sábados, domingos e feriados para dar conta. Foram tempos difíceis, mas também de muito aprendizado”, conta o servidor. 

A real importância do momento do qual fazia parte a equipe da comarca de Xaxim só foi percebida em um treinamento no TRE-SC, em Florianópolis, que durou uma semana. Parizotto lembra que a expectativa era muito grande pelo dia da votação, mas todos os preparativos foram cuidadosamente executados. 

“Em uma sessão eleitoral aonde não chegava internet, foram instalados oito quilômetros de cabeamento para garantir a participação de todos. Governantes de diversos estados brasileiros vieram para acompanhar o momento. Até mesmo autoridades e imprensa de outros países. Nenhuma urna apresentou problema e, graças ao trabalho da equipe, deu tudo certo.”

No dia seguinte, o mundo pôde ler através dos jornais que as filas de três horas de espera que se formavam na comarca, em eleições anteriores que utilizaram cédulas, tomaram apenas 59 segundos de cada eleitor para escolha dos novos representantes municipais. Em 39 minutos, após findado o horário de votação, já foi possível saber que os 12.204 eleitores participantes elegeram Edemar Matiello para terminar o mandato. 

“Temos agora a certeza de que é possível informatizar o voto e escorraçar os fraudadores. Para adotar o voto eletrônico, só é preciso vontade política”, disse o ministro Velloso aos jornalistas, na ocasião. No ano seguinte, 1996, as eleições municipais ocorreram com uso de 70 mil urnas eletrônicas em 57 cidades brasileiras. Mais de 32 milhões de brasileiros – um terço do eleitorado da época – tiveram o primeiro contato com o equipamento.  

A história continua 

Parizotto se aposentou em 2008, depois de 42 anos de trabalho no PJSC. A esposa, dona Eni Aparecida, dedicou 26 anos ao TJ e se aposentou em 2006. O filho mais velho do casal, Flavio Davi, atua na comarca de Xaxim, e o do meio, Gabriel Antonio, está lotado em Chapecó. Apenas a filha mais nova, Rosana Elisa, se dedicou à medicina. 

“Aos 73 anos de idade, mesmo sendo facultativo, faço questão de contribuir com meu voto no próximo domingo. Ainda tenho esperança porque conheço a segurança do sistema que ajudei a implantar. E, assim, também mantenho o orgulho e reconhecimento que recebo dos meus filhos por fazer a coisa certa, sempre, da mesma maneira que ensinei a eles”, finaliza o servidor aposentado. 

Fonte: Clicsc

Sobre o autor:
Silvio
Silvio Matheus
Silvio Matheus é jornalista. Estudou jornalismo na Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e trabalhou como Assessor de Imprensa da Prefeitura de Itapema, Assessor da Câmara de Vereadores de Itapema e editor do jornal diário O Atlântico. Desde 2019 trabalha como jornalista, editor e filmmaker no site de notícias ClicSC.
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