O indiano Suraj Kumar comprou uma das cobras mais venosas do mundo, a naja, e a levou para a casa. Treze dias depois da aquisição, o homem de 28 anos colocou o animal em um saco e a caminhou até a casa de seus sogros, onde sua esposa já se recuperava de uma misteriosa picada de cobra.
A mulher precisou fazer três cirurgias para curar a perna afetada, depois de ser mordia por uma víbora de Russell, uma cobra altamente venenosa, responsável por milhares de mortes na Índia todos os anos
Enquanto ela ainda se recuperava, dizem os investigadores, aceitou um copo de suco de fruta misturado com sedativos do marido. Quando a mistura a fez dormir, Suraj tirou a cobra do recipiente e largou a cobra de um metro e meio de sua esposa adormecida. Mas ao invés de atacá-la, a cobra deslizou para longe. Suraj a pegou e a jogou em Uthra, mas novamente ela escorregou.
Suraj não desistiu: em uma terceira tentativa, ele segurou o réptil pelo capuz que é sua marca registrada e pressionou sua cabeça perto do braço esquerdo de Uthra. A agitada cobra mordeu-a duas vezes. Em seguida, escapuliu para uma prateleira no quarto e ficou lá a noite toda.
Após o crime, Suraj lavou o copo de suco, destruiu o graveto que havia usado para lidar com a cobra com segurança e apagou registros de ligações incriminatórias de seu celular, de acordo com os investigadores.
O relatório da autópsia encontrou dois pares de feridas de punção, com menos de uma polegada de distância, em seu antebraço esquerdo. Amostras de sangue e vísceras revelaram a presença de veneno de cobra e medicamentos sedativos. O veneno da cobra pode matar em horas, paralisando os músculos respiratórios.
Nesta semana, o juiz Manoj sentenciou Suraj à prisão perpétua, dizendo que ele planejou matar Uthra e “disfarçar como uma morte por mordida acidental de uma cobra”. De acordo com os investigadores, a mordida fatal da cobra foi a terceira, não a segunda tentativa de Suraj de matar sua esposa em apenas quatro meses.
“Ele planejou tudo meticulosamente e teve sucesso na terceira tentativa”, disse Apukuttan Ashok, o principal policial investigador. O promotor público Mohanraj Gopalakrishnan chamou o caso de “um marco nas investigações policiais na Índia, quando os promotores puderam provar de forma decisiva que um animal foi usado como arma de assassinato”.